É absolutamente cínico – e nisso não há novidade – a reação do Sr. Sergio Moro dizendo que pretende pedir que seja tomado o depoimento do suplente de Flávio Bolsonaro, Paulo Marinho, de que a Polícia Federal tenha “segurado” a investigação do caso Fabrício Queiroz para não prejudicar eleitoralmente Jair Bolsonaro e ainda mandado avisar o então candidato para que ele e o filho demitissem o ex-PM e sua filha, esta funcionária do seu gabinete na Câmara.

Ora, Moro não apenas escolheu sozinho o diretor da PF como, no mínimo desde que começaram as pressões para trocar a direção do órgão no Rio de Janeiro para, supostamente, favorecer o já presidente da República. É inacreditável que, dentro da estrutura da corporação no Rio o “freio” na investigação – que envolvia muitos agentes, senão também outras autoridades policiais – e que não se soubesse do “segura aí” de um processo que envolvia seis deputados e o próprio presidente da Assembleia Legislativa.


Aliás, em movimento inverso, Moro não se acanhou em “acelerar” a liberação do desacreditado acordo de delação premiada de Antonio Palocci a poucos dias do pleito, numa evidente manobra para causar desgaste à candidatura do PT.

Maurício Valeixo e Ricardo Saadi – o primeiro superintendente afastado da PF do Rio – não sabiam desta história, ao menos de ouvir dizer? Admitir isso seria admitir que são dois péssimos policiais, que não sabem o que se passa debaixo de seus narizes.

O próprio ex-ministro da Justiça, antes mesmo de tomar posse, já tinha conhecimento do relatório do Coaf, então na sua pasta, implicava Fabrício Queiroz e o gabinete do “Filho 01”, como a Folha publicou em manchete no início de dezembro de 2018.

E vem Moro dizer que foi “corajoso” o depoimento de quem guardou por dois anos segredo sobre uma grave manipulação policial de um inquérito, com confessado objetivo eleitoral?

O senso de Justiça de Moro depende de suas conveniências?

A Lei é para todos, mas só quando interessa?

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