O que Jair Bolsonaro queria da Polícia Federal, obteve. ao que parece.

O silêncio do superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, aquele que poderia ter produto de investigações que implicassem seu clã familiar.

O recém-divulgado teor do depoimento de Sérgio Moro deixa claro que o controle da superintendência do Rio.

“Você tem 27 superintendências eu só quero uma (…)Se eu não puder trocar o superintendente o Rio, troco o diretor geral e o ministro”, teria dito Bolsonaro, segundo o relato de seu ex-ministro.

Pois este superintendente, o delegado Carlos Oliveira, vai ser diretor-executivo da Polícia Federal.

À parte o fato de que é inacreditável que, ao longo de meses, Sérgio Moro não soubesse da razão da exigência de Bolsonaro, o fato de que Oliveira foi “promovido” a número dois da PF significa que Bolsonaro tem, ou tem tudo para ter, a adesão do delegado.

Moro está jogando, em lugar de depor, pois escondeu parte do que sabia.

Pois se não se souber o que Bolsonaro queria com o controle da Superintendência do Rio de Janeiro, não se saberá a razão da interferência do presidente que, sem isso, não tem um caráter comprometedor, pois não se esclarece qual seria a sua vantagem com a mudança.

Portanto, Sérgio Moro está fazendo política com investigações. Não o acusa, dizendo que “cabe às autoridades” dizer que o presidente cometeu algum ilícito, numa escandalosa manobra de acusar sem dizer que está acusando e se proteger de uma responsabilização penal.

Escolhe, como sempre, a frieza cínica que o caracteriza e jogou a batata quente sobre os ministros militares que o tentaram preservar no cargo e, a esta altura, devem estar rosnando os piores qualificativos contra o ex-juiz.

Já se pode concluir duas coisas, relativamente óbvias.

Bolsonaro é um arbitrário e um interessado em abafar situações comprometedoras que envolva os seus. E Moro é um mau-caráter, que age como um bandido sem nenhum apreço à verdade ou à dignidade, mas apenas com seus apetites de poder.

Tijolaço

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