Em meio à pandemia da Covid-19, o povo brasileiro precisa enfrentar ainda o risco de uma ruptura institucional estimulada pelo próprio presidente da República.
Por Edna LimaÉ assustadora a falta de empatia do presidente Jair Bolsonaro com as mais de 32 mil vítimas da Covid-19. Dizer que “lamenta as mortes, mas é o destino de todos”, é puro sadismo, especialmente depois do “e daí?”e daquele absurdo churrasco cancelado. Desde que a pandemia chegou ao Brasil, Bolsonaro tem tido uma postura de negar a gravidade da doença. Pior, ao invés de coordenar as ações de combate à pandemia, o presidente tem gasto toda sua energia em brigas com inimigos reais e imaginários, gerando instabilidade política no País.
Confesso que esse tipo de atitude não chega a me surpreender, mas entristece. A população brasileira não merece ter, num momento como esse, um presidente que reage com indiferença a dor do seu povo e ainda trabalha para sabotar o próprio governo e atrapalhar as ações de governadores e prefeitos no combate à pandemia.
Enfrentar o coronavírus, com os números de infectados e mortos aumentando diariamente, preocupado com a possibilidade de ruptura da ordem democrática estimulada pelo próprio presidente da República, é simplesmente desesperador.
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Enterro em Manaus- Foto Amazônia Real |
Todo foco do presidente está voltado para proteger os filhos de investigações na Justiça e participar das manifestações semanais, promovidas por um punhado de malucos, que pedem o fechamento do Congresso, do Supremo e intervenção militar, que ele trata como normal. Já os protestos contra o seu governo são tachados de “marginais” e “terroristas”.
Nessa opção por um método maluco de governar, Bolsonaro vem esticando a corda e provocando os poderes Legislativo e Judiciário, inventando na Constituição Federal uma justificativa para usar as Forças Armadas contra as instituições democráticas. Ele virou o próprio fake news. Com essa postura, criou um ambiente tóxico no país e vem contaminando toda a sociedade, já abalada pela pandemia e pela perspectiva de uma recessão sem precedentes.
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General Augusto Heleno – Foto Orlando Brito |
Outro é o artigo do vice-presidente Hamilton Mourão, publicado no jornal O Estado de São Paulo desta quarta-feira, que classificou como “abuso” as manifestações contra o governo ocorridas nos últimos dias. Mourão sempre pareceu uma voz sensata em meio às loucuras do presidente e de alguns integrantes do governo. Mas o texto preocupa pelo tom crítico à oposição e omisso em relação aos atos golpistas das manifestações realizadas pelos bolsonaristas.
O bolsovírus parece ser muito mais letal que o coronavírus. Ameaça nossas instituições e nossa liberdade. A vacina para esse tipo de vírus é a conscientização e a união de todos que defendem a democracia.
Os Divergentes
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