Quem tenta abrir, agora à noite, o portal oficial do Ministério da Saúde sobre os dados da pandemia encontra apenas uma lacônica mensagem de que ele encontra-se “em manutenção”.

Não se sabe qual será a surpresa amanhã, mas não há manipulação que possa cobrir o fato horroroso de que temos 35 mil mortos e mais de 650 pessoas contaminadas e, ainda, que o governo se lançou, de forma suicida, numa “operação abafa” impossível, porque as pessoas que morrem e adoecem existem e não será uma ordem estúpida como essa que as fará desaparecer.

O Brasil tornou-se um escárnio internacional, destes que nem Donald Trump tem condições de deixar de condenar, muito embora seu “miquinho de imitação” aqui, além de pegar refugos de uma inútil e perigosa cloroquina saiu agora a imitar a insólita atitude de acusar a Organização Mundial de Saúde por agir com “viés ideológico” e ameaça dar o “calote” na participação do Brasil no financiamento da entidade.

Ele acha que, por dinheiro, os especialistas em saúde vão parar de “dar palpite”: “O Trump cortou a grana deles e eles voltaram atrás de tudo”, disse.

Não há outra palavra que não seja patético para definir o que um governo em desagregação vai fazendo diante de um drama nacional.

Está ficando evidente a qualquer um que toda esta falsa euforia que está levando à reabertura precipitada das atividades vai nos conduzir a uma nova paralisação, agora sob a égide do terror que significa dobrar o número de casos e de mortes a cada 15 dias.

Estamos a 15 dias, também – ou até menos – do milhão de casos e, com a taxa de mortalidade atual ou pouco menos, isso representará mais de 50 mil mortos.

Isso é coisa que não depende da hora do boletim ou da interdição do portal de dados.

É a realidade, horrenda e dolorosa, que se levanta de dedo em riste sobre o covarde que nos preside.


Tijolaço

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