O envio de tropas federais para reprimir brutalmente os protestos em Portland aumentou o apoio popular ao movimento anti-racista e contra a violência policial, com várias cidades a juntarem-se aos protestos.
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| Protestos #BlackLivesMatter em Seattle, EUA. Imagem via Flickr de Kelly Kline. Licença Creative Commons. |
Os protestos pacíficos, despoletados pela morte de George Floyd, a 25 de maio, continuam a dominar a cidade de Portland, nos Estados Unidos da América, com Donald Trump a incitar à repressão violenta por parte das forças policiais.
Portland é conhecida pela força das organizações de trabalhadores e de políticas progressistas. E é também uma cidade com enorme violência policial sobre as comunidades negras.
A violência e brutalidade que se registou nesta cidade fez com que, nos últimos dias, os protestos se espalhassem mais uma vez por todo o país. Há cinco dias, o próprio mayor de Portland foi gaseado pelas forças policiais, e dezenas de pessoas continuam a ser presas diariamente, não sendo claro o número.
Em Austin, no Texas, um manifestante de 28 anos, Garrett Foster, foi assassinado por um condutor de um carro que passava por um protesto, relata a Associated Press. O suspeito foi libertado pela polícia alegando que Garrett empunhava uma caçadeira. A mãe de Garrett alega que ele empurrava a sua noiva, que utiliza uma cadeira de rodas.
Em Richmond, capital do estado da Virgínia, uma manifestação de milhares de pessoas foi declarada como sendo ilegal, e dispera com recurso a gás lacrimogéneo. Cinco pessoas foram presas e acusadas de reunião ilegal.
Em Seattle, as autoridades foram forçadas a retroceder para a estação da polícia depois de várias horas de protestos com enorme afluência. Também em Atlanta e Baltimore os protestos foram sujeitos a resposta musculada por parte da polícia.
As forças paramilitares operam sem identificação e com equipamento de camuflagem, recorrendo a táticas proibidas às forças policiais pelos tribunais: disparar gás lacrimogéneo e deter pessoas sem respeitar os direitos dos cidadãos, com vários alertas de brutalidade e violência injustificadas. A única reação por parte da Casa Branca foi dizer que Donald Trump “encoraja o uso apropriado de força”.
A exploração da violência é um dos objetivos de Donald Trump que, em campanha eleitoral e com uma gestão desastrosa da crise pandémica, se encontra atrás do seu rival em todas as sondagens.
A polarização em torno das manifestações do Black Lives Matter, que Trump demoniza como “anarquistas”, pretendem criar uma narrativa violenta sobre os manifestantes para obter ganhos eleitorais. O envio de tropas federais para várias cidades, algo de inédito nos EUA, permite escalar os confrontos.
Trump já colocou agentes em Kansas City, Chicago, Albuquerque e New Mexico, contra a vontade dos mayors das próprias cidades que, numa carta conjunta que incluiu Los Angeles, Atlanta e outras onze cidades, acusaram o Presidente dos EUA de abuso de poder uma vez que as tropas federais “estão a ser utilizar exclusivamente por motivos políticos”.
“Enviar unilateralmente forças paramilitares para as nossas cidades é absolutamente inconsistente com o nosso sistema democrático e os nossos valores básicos”, escreveram.
Esquerda

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