Os Estados Unidos não gostaram nada da chegada ao poder no Chile em 1970 do socialista Salvador Allende, em eleições diretas.

Documentos que vieram à tona agora, após 50 anos, revelam que o presidente Nixon, diretamente, exigiu a derrubada de Allende, numa grave violação ao direito internacional de autodeterminação dos povos, constantemente ignorado pelos Estados Unidos.

Como foi convencido de que um golpe de Estado como no Brasil pegaria mal àquela altura, ficou resolvido que os Estados Unidos incentivariam o caos no país para que o Exército pudesse vir a intervir por um "clamor da população", o que veio a levar ao golpe e à ditadura de Pinochet.

Da ordem para a geração do caos até o golpe transcorreram três anos. Exatamente o mesmo tempo que levou o Brasil ao impeachment de Dilma, das manifestações de 2013 ao golpe do impeachment de 2016.

Em 15 de setembro de 1970, durante uma reunião de 20 minutos, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, deu ordem para impedir que o líder socialista eleito do Chile, Salvador Allende, assumisse o poder, segundo documentos publicados nesta terça-feira pelo National Security Archive.
"A opção extrema: derrubar Allende" é o título deste conjunto de relatórios desclassificados, que são o anexo de um estudo de segurança nacional que analisou vantagens e desvantagens de um golpe militar no Chile.
Após a eleição de Allende, em 4 de setembro de 1970, os Estados Unidos debateram entre dois cenários "a fórmula Frei", que contava com o ex-presidente do Chile Eduardo Frei "para dar conta do golpe". Essa opção foi descartada depois que a embaixada e a CIA concluíram que não poderiam contar com Frei.
De acordo com o National Security Archive, a alternativa foi a "fórmula do caos", com objetivo criar um "clima de golpe" para dar aos militares o pretexto de tomar o poder. [UOL]Deu certo em 11 de setembro de 1973, houve o golpe e o assassinato de Allende.

43 anos depois, houve o impeachment de Dilma seguindo o mesmo roteiro da fabricação de crise e do caos.

Só para lembrar, em março de 2013, antes das chamadas jornadas de junho, Dilma havia batido recorde de aprovação de seu governo (63%) e pessoal (79%), como mostra esta manchete do G1 de 19/03/2013.


Não é simples coincidência quando há muitas coincidências e os interesses dos Estados Unidos estão envolvidos.

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