O governo de Jair Bolsonaro registrou hoje (30) um novo recorde. O IGP-M, índice usado para o reajuste de aluguel, registrou em setembro a maior alta em 18 anos, no acumulado em 12 meses: 17,94%.
A maior alta anterior foi em 2002, último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), quando o índice chegou a 25%. Isso significa que um contrato de aluguel no valor de R$ 1 mil, que feche o ano em outubro, pode passar para quase R$ 1.180. O acumulado é mais de sete vezes superior à inflação oficial – que deve fechar o ano em 2,45%. Os dados são da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Para quem tem contratos que fazem aniversário em novembro, dezembro ou janeiro de 2021, a situação tende a ser ainda pior, já que são esperadas novas altas do IGP-M. Embora sirva de referência ao reajuste de aluguel, o índice é muito influenciado pela alta do dólar – cotado hoje a R$ 5,63 –, além das cotações internacionais de produtos primários para exportação. Aliado ao aumento registrado nos alimentos, como carne, arroz e leite, e ao aumento de custos dos produtores, que ainda não foi totalmente repassado aos consumidores, o cenário pode levar a uma explosão do custo de vida no país.
“É uma situação grave. Temos desemprego alto, redução dos ganhos das famílias mais pobres, ainda estamos na pandemia do coronavírus. É uma combinação perigosa pensando no custo de vida. No entanto, no caso do reajuste de aluguel, as pessoas devem tentar negociar com os proprietários, tentar reduzir o repasse desse reajuste ou mesmo adiá-lo, pois eles está totalmente fora da realidade da população brasileira. Os locadores têm consciência disso e que as pessoas podem sair do imóvel e ele vai ter dificuldade para alugar de novo”, explica a economista Sofia Motta.
“Quase chorei”
Para quem já estava com dificuldade para pagar o valor atual, a possibilidade de um reajuste de aluguel tão alto preocupa muito. “Quando soube desse índice quase chorei. Só por deus. A gente ainda está tentando se reestabelecer, perdi meu emprego em maio e ainda estou procurando. A gente faz uma coisa aqui, outra ali e só paga o mês e olhe lá”, comenta a manicure Rosana Souza. Ela paga um aluguel de R$ 950 em uma casa pequena, na Vila Ede, zona norte da capital paulista. “A gente espera que o dono da casa tenha consciência”, complementa. (Rodrigo Gomes – RBA)
Carta Campinas

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