Presidente Jair Bolsonaro se dirige aos jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília
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AP Photo / Andre Borges
Um relatório internacional apontou que o Brasil é o país com a maior queda na liberdade de expressão em 2020. Para comentar esse resultado, a Sputnik Brasil ouviu Paulo Jerônimo de Souza, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), que destacou clima de "humilhação" contra jornalistas no país.
Na segunda-feira (19), a ONG Artigo 19 divulgou um relatório analisando indicadores sobre liberdade de expressão em 161 países. Segundo o relatório, o Brasil apresentou a maior queda do mundo nesse quesito. Para o jornalista Paulo Jerônimo de Souza, presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), o resultado não é nenhuma surpresa para os jornalistas brasileiros.
"Desde a posse do senhor Jair Bolsonaro [como presidente do Brasil] que nós estamos enfrentando a maior censura à imprensa, a maior humilhação, as maiores críticas à imprensa brasileira. Atualmente o Brasil enfrenta duas grandes pandemias: a pandemia sanitária da COVID-19 e a pandemia Jair Bolsonaro, que em todos os momentos que pode critica, humilha, ataca e chega até a agredir jornalistas e os órgãos de imprensa", afirma o presidente da ABI em entrevista à Sputnik Brasil.Souza acredita que a liberdade de expressão no Brasil está em risco atualmente e recorda que a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) detectou em pesquisa que o presidente Bolsonaro atacou a imprensa centenas de vezes entre janeiro e setembro deste ano.
"O presidente Jair Bolsonaro por 299 vezes ofendeu, criticou, humilhou, a imprensa brasileira e os veículos de comunicação. Nós, jornalistas, nós, imprensa, nós, entidades jornalísticas, tipo ABI, FENAJ, ABRAJI [Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo], Instituto [Vladimir] Herzog, Comissão Arns, estamos enfrentando essa pandemia Jair Bolsonaro com tudo que nós temos direito", afirma.
O jornalista aponta que essas organizações publicam notas semanais rebatendo ataques de Bolsonaro, assim como têm entrado com ações na Justiça para responsabilizar o presidente pelas ofensas contra jornalistas, incluindo um pedido de impeachment por crime de responsabilidade.
"Infelizmente é um período negro na história da imprensa brasileira. Mas como já enfrentamos a Ditadura a alguns anos atrás e acabamos ganhando, nós vamos ganhar também, não tenha dúvida que vai acontecer isso. E bravamente nós estamos enfrentando esse período crítico da liberdade de imprensa no país", conclui.



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