O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (sem partido), afirmou que o estado foi uma espécie de “laboratório” do presidente Jair Bolsonaro para sua tese da imunidade de rebanho e que o alinhamento do governador Wilson Lima (PSC) com Bolsonaro transformou Manaus na geradora da nova cepa de covid-19, que matou milhares de pessoas. A declaração foi dada em entrevista à coluna Painel, da Folha de S. Paulo.

Amazonas foi “laboratório” de Bolsonaro para imunidade de rebanho, diz vice-governador
A variante P.1 do coronavírus, que surgiu em Manaus (AM) e é mais agressiva e contagiosa, para Almeida Filho, teve seu surgimento relacionado aos discursos do governo federal sobre a imunidade de rebanho, tese defendida por Bolsonaro segundo a qual a contaminação generalizada evitaria medidas ruins para economia.
“A estratégia foi mostrar alinhamento [com Bolsonaro]. Uma coisa era clara, a política era de afirmar que se tinha uma imunidade de rebanho. O que acabou acontecendo foi um laboratório, a P1 [variante do coronavírus] encontrou um ambiente adequado”, disse o vice-governador.
“Quando o ministro chegou para resolver o problema, ele já estava criado. Mas que problema é esse? A política de contaminação para ter imunidade de rebanho. Era dito no Amazonas que o convívio e contaminação geraria isso. Essa era a política anunciada pelo próprio governo federal. Mas nesse ponto, o que se mostra é que o tiro saiu pela culatra, ocorreu a gestão de uma cepa mais contundente. Isso é por inação do governo estadual, mas também por causa de uma política do governo federal”, disparou Almeida Filho.
O vice-governador rompeu laços com Wilson Lima em maio de 2020 porque ele “não concordava com nenhuma medida de irregularidade”. Em junho de 2020, o governador do Amazonas começou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeitas de desvios de recursos federais para o combate da pandemia.
“Quando houve envolvimento do governador na operação em junho, com muita contundência, com pedido de prisão, a estratégia dele explícita foi mostrar alinhamento com as políticas de combate à pandemia do governo federal”, disse o vice-governador.
Almeida filho ainda ressaltou que “Para isso, contrariamente às medidas sanitárias que deveriam ser aplicadas, o Amazonas deixou de tomar as medidas e deixou a P1 ser gerada [cepa do coronavírus]. Quem diz isso são os especialistas, a P1 foi gestada entre outubro e novembro, quando se cobrava do governador medidas de contenção”.
Almeida Filho também disse que a crise de oxigênio na capital manauara no início do ano foi de responsabilidade do governador do estado, que só acionou o governo federal quando o cenário já era de terra arrasada.
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