José Dirceu, convidado do programa Sua Excelência, O Fato falou sobre a perspectiva das ruas nos protestos convocados para o próximo sábado
247 - O ex-deputado José Dirceu, ministro da Casa Civil no 1º mandato de Lula na Presidência da República, crê que as ruas de todo o País demonstrarão sábado, nos atos de protesto contra Bolsonaro convocados por diversos movimentos da sociedade, força e vigor ainda maiores do que aqueles ocorridos em 29 de maio. “A luta faz a lei”, diz ele. E segue explicando o que pensa: “as ruas de sábado, para o Fora, Bolsonaro, vão mostrar que há hoje uma maioria que não suporta mais a ausência de governo, que não suporta a divisão social, a exclusão. E elas têm de começar a preparar o pós-Bolsonaro também”. Ele fez essa convocação ao participar do programa Sua Excelência, O Fato esta manhã, com os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva. A íntegra do programa está no link abaixo, nesta página.
Para Dirceu, o maior desafio do ex-presidente Lula num eventual terceiro mandato na Presidência é trabalhar institucionalmente o regresso do Brasil ao pacto social e político que foi estabelecido a partir da Constituição de 1988. “A Constituição nos deu um pacto social, político, institucional que foi quebrado a partir do período do Temer”, analisa. “E isso se agravou muito com Bolsonaro. Destruíram o pacto político, o pacto social, o pacto democrático que traçamos com os militares. Devolver os militares para os quarteis, remontar a rede de bem-estar social, devolver as conquistas trabalhistas aos trabalhadores... há muito a ser feito no pós-Bolsonaro”. Para ele, além de tudo isso, será fundamental reposicionar o País na cena internacional. “O Brasil virou uma Nação periférica. Bolsonaro fez isso. E Lula é quem tem o maior preparo e a maior experiência para refazer os caminhos e restaurar a imagem brasileira no mundo”, crê o ex-ministro da Casa Civil.
Em sua participação no Sua Excelência, O Fato José Dirceu dedicou bastante tempo a ressaltar a importância que a esquerda brasileira tem de dar à reconstrução de pontes com as alas democráticas das Forças Armadas. “Sempre houve democratas entre os oficiais do Exército, da Marinha, da Aeronáutica”, disse ele. “Depois do golpe de 1964 a ditadura precisou cassar mais de 1.000 oficiais. Eram militares que não concordavam com o golpe. O general Lott e o brigadeiro Eduardo Gomes, por exemplo, não eram golpistas. Há oficiais que não vão baixar a cabeça para ordens antidemocráticas e golpistas do Bolsonaro que virão depois da inevitável derrota dele nas urnas”, diz Dirceu. “Precisamos trazê-los para cá, deixar claro que o Brasil precisa sim de Forçar Armadas – mas, de Forçar Armadas equipadas, profissionalizadas, que defendam o Estado e o território. Não é concebível imaginar o Brasil sem Forças Armadas, nós não queremos isso”, alerta. E, para ele, o grande desafio da esquerda é apartar a adesão de militares a falanges e milícias das polícias militares e de algumas guardas municipais que são mais permeáveis ao discurso de ódio do bolsonarismo. “Fundamental estar atentos a esses movimentos das PMs, das polícias civis”, diz.
Confira a íntegra do programa:
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