'Tratamento precoce é discussão delirante, esdruxula, anacrônica e contraproducente'

por Rafael Tatemoto


Defensores recorrentes do uso da cloroquina como forma de tratamento precoce, senadores alinhados ao Palácio do Planalto na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid tiveram um dia difícil com o depoimento da infectologista Luana Araújo.

“Ciência não é opinião, ciência é método”, disse Araújo, ao iniciar sucessivas explicações sobre por qual razão não se deve utilizar o medicamento para tratar covid-19. “Eu apoio tratamento precoce, quando ele existe”, ironizou ela ao ser questionada pelo senador Luis Carlos Heinze (PP-RS).

A médica explicou que não há nenhum estudo científico que comprove a eficácia da cloroquina, indicando, neste sentido, que seriam necessárias pesquisas que observassem algum efeito positivo do medicamento sobre um grupo tratado em relação a um grupo nas mesmas condições que não recebeu o medicamento.

“Os critérios são o conjunto de estudos de qualidade em que se aponta que há eficácia quando comparado ao uso de placebo”, explicou.

Araújo apontou que, no início da pandemia, experimentos com a cloroquina poderiam ser realizados, mas que as evidências mais qualificadas já apontam para a não eficácia do medicamento.

“No começo, considerava natural. Depois de um ano, com todo respeito e tranquilidade, não se pode insistir em algo que não é resolutivo”, falou.

Questionada se foi por esse posicionamento que levou o governo a não nomeá-la , a médica se limitou a responder: “Se veto foi por posição científica, só me resta lamentar”.

 

recontaai.com.br 

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