Le Pen admitiu derrota ainda na noite de domingo

Reunião Nacional falhou no objetivo de conquistar um governo regional pela primeira vez ao perder em Provence-Alpes-Côte d'Azur, cuja capital é Marselha. Partido do presidente Emmanuel Macron também foi derrotado.


Deutsche Welle (www.dw.com)

Nem a ultradireita de Marine Le Pen, nem o partido centrista do presidente Emmanuel Macron tiveram bons resultados no segundo turno das eleições regionais na França, realizado neste domingo (27/06). A eleição era vista como um termômetro para o pleito presencial, daqui a 10 meses, e foi marcada por abstenção histórica.

O partido de ultradireita Reunião Nacional (RN) foi derrotado e falhou no objetivo de conquistar um governo regional na França pela primeira vez ao perder em Provence-Alpes-Côte d'Azur, cuja capital é Marselha, e onde a sigla tinha chances de sagrar-se vitoriosa.

Em contagem parcial divulgada na noite de domingo, o conversador tradicional Renaud Muselier obteve 60,32% dos votos, contra 39,68% da candidatura da ultradireita, liderada por Thierry Mariani.

"Vocês responderam à ameaça da extrema direita", proclamou Muselier ao anunciar a vitória, em um pronunciamento público no qual também agradeceu à candidatura conjunta da esquerda e dos verdes, que desistiu do pleito para apoiar a centro-direita. "Venceu a lógica da unidade", enalteceu.

No primeiro turno, o RN havia conquistado o primeiro lugar em Provence-Alpes-Côte d'Azur, com 36,38% dos votos, enquanto a candidatura de Muselier ficou em segundo, com 31,91%.

"Esta noite, não ganharemos nenhuma região", admitiu Le Pen, que observou que a França está sofrendo uma "profunda crise de democracia local". "A mobilização é a chave para vitórias futuras", disse ela, com os olhos postos nas eleições presidenciais do próximo ano.

Nas eleições regionais francesas, caso nenhuma sigla conquiste mais de 50% dos votos em primeiro turno, os partidos com mais de 10% dos votos avançam para o segundo turno.

Derrota para Macron

O partido de Macron, A República em Marcha (LREM), criado em 2017, já tinha sofrido um forte revés no primeiro turno e, neste domingo, não conseguiu vencer em nenhuma das 13 regiões do país.

Tal como o RN de Le Pen, o LREM sofre de falta de apoio regional, ao contrário da direita e da esquerda moderada e até da extrema esquerda e dos verdes.

Para alguns analistas, os resultados das eleições deste domingo lançam dúvidas sobre se as eleições presidenciais de 2022 serão mesmo reduzidas a um duelo entre Macron e Le Pen, o que há muito é considerado o cenário mais provável.

"Agora todos entenderam que a eleição presidencial vai ser uma corrida a três", disse o republicano Xavier Bertrand, ex-ministro e vencedor na região de Hauts-de-France. Ele já tinha assumido anteriormente ser candidato à presidência em 2022 e, agora, se consolida como provável nome capaz de concorrer com Le Pen e Macron.

De acordo com os resultados divulgados até a noite deste domingo, os partidos de direita e centro-direita haviam conquistado sete das 13 regiões, os de esquerda haviam vencido em cinco regiões e, na Córsega, a vitória foi dos regionalistas.

Abstenção histórica

A abstenção foi a principal protagonista do pleito: cerca de 66% dos eleitores não compareceram às urnas, mesmo patamar do primeiro turno, na semana passada, e muito superior ao das eleições regionais de 2015, quando a abstenção foi de 41,6%. O índice é o maior desde 1958, com exceção do referendo em 2000, que reduziu o mandato presidencial do chefe de Estado francês de sete para cinco anos e no qual 69,81% dos cidadãos não votaram.

"O que estamos vendo é o culminar de uma desconexão entre eleitores e a classe política", disse Jessica Sainty, professora de política da Universidade de Avignon. Ela, no entanto, reconheceu que a pandemia de covid-19 também influenciou na alta abstenção. 

dw.com



Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads