A internação de Jair Bolsonaro no hospital Vila Nova Star, em São Paulo, é tudo, menos fruto do acaso.
Ele já havia passado por lá em 2019 para a retirada de uma hérnia incisional.
O sujeito se sente tão em casa que passeia sem máscara pelos corredores numa boa. E danem-se os demais pacientes. O DCM pediu uma explicação para o hospital, mas não obteve resposta.
O Vila Nova Star é parte da rede D’Or São Luiz, fundada em 1977 e com 44 unidades espalhadas pelo Brasil. Custou, oficialmente, 350 milhões de reais e tem 90 leitos.
Seu dono é Jorge Moll Filho, que viu a fortuna da família crescer na pandemia, chegando a US$ 11,3 bilhões. Ele tem 76 anos e é cardiologista.
A saúde privada foi um dos setores que mais ganharam dinheiro com a covid-19. Quarenta novos bilionários do ranking da Forbes atuam nesse ramo.
Em abril, Moll Filho visitou o ministro da Saúde Marcelo Queiroga para, segundo o sabujo do capitão, “tratar da reforma do sistema de saúde do Brasil”. Desmonte do SUS, talvez?
O Vila Nova Star é a casa do cirurgião Antonio Luiz Macedo, que atende Bolsonaro. Especula-se que Macedo tenha fechado um contrato milionário de cinco anos, com direito a luvas e outros benefícios.
É mais parecido com um hotel de luxo do que qualquer coisa. O contribuinte vai pagar por essa mordomia, já que “ao servidor público é proibido receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas atribuições”, diz a lei 8.112 de 1990.
Nos quartos, camas inteligentes, algumas mais inteligentes que quem se deita nelas, pesam os pacientes e avisam a equipe de enfermagem sobre risco de queda. Há um tablet no leito.
A linha de enxovais de 400 fios e de amenidades é da grife Trousseau, a gastronomia de um chef francês chamado Roland Villard etc.
A estada do cidadão no Einstein, há dois anos, saiu por R$ 400 mil para o erário. O valor não incluiu o trabalho dos médicos.
A exploração política abjeta de uma obstrução intestinal abre muitas frentes de negócios.

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