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Beatrix von Storch, deputada de partido ligado ao neonazismo na Alemanha, se encontrou com Bolsonaro e gerou repúdio de políticos, internautas e entidades
Para além das notas de repúdio de entidades judaicas e políticos contra a presença da deputada alemã Beatrix von Storch no Brasil, a parlamentar está sendo alvo da revolta de internautas.
Brasileiros “invadiram” o perfil de von Storch no Instagram com comentários de emojis representando um vômito e outras figuras de conotação negativa.
A maior parte dos comentários de repúdio foram feitos nas fotos da parlamentar alemã com Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro, mas internautas buscaram outras fotos antigas da deputada para manifestar sua revolta.
Beatrix von Storch é líder do Alternative für Deutschland (em portguês, Alternativa para a Alemanha), partido de extrema-direita notoriamente ligado a ideias e grupos neonazistas.
A legenda prega discursos xenófobos e contra a imigração. Além disso, defende ideias negacionistas em meio à pandemia.
O partido, inclusive, é investigado pela agência de inteligência alemã. Segundo as autoridades, a legenda cometeu violações da ordem democrática e atentados aos valores constitucionais do país europeu.
Antes de se encontrar com Bolsonaro, a deputada alemã esteve, na última semana, com a deputada bolsonarista brasileira Bia Kicis (PSL-DF).
A página oficial do Museu do Holocausto no Brasil, em reação, não só expôs os valores antidemocráticos do AfD, como também revelou a ascendência nazista de Beatrix von Storch.
“E Beatrix von Storch, quem seria? Vice-líder do partido, famosa por tweets xenofóbicos e neta de Lutz Graf Schwerin von Krosigk, ministro nazista das Finanças e um dos poucos membros do gabinete do Terceiro Reich a servir continuamente desde a nomeação de Hitler como chanceler”, diz postagem do museu.
“É evidente a preocupação e a inquietude que esta aproximação entre tal figura parlamentar brasileira e Beatrix von Storch representam para os esforços de construção de uma memória coletiva do Holocausto no Brasil e para nossa própria democracia”, continua.
“Amiguinhos de Bolsonaro”
Em março, quando o assessor especial de assuntos internacionais de Bolsonaro, Filipe Martins, fez um gesto supremacista no Senado, o jornalista alemão Niklas Franzen concedeu entrevista à Fórum em que apontou as ligações do bolsonarismo com o AfD e as semelhanças entre a extrema-direita brasileira e a alemã.
“Nós temos aqui um partido no parlamento o AFD, são ‘amiguinhos’ do Bolsonaro, há várias conexões entre o governo Bolsonaro e esse partido”, relatou.
“Quando a gente discute sobre a extrema-direita, a gente tem que levar em conta que é uma tendência global. Mesmo com o fato de que a Alemanha tem leis mais rígidas [para coibir manifestações da extrema-direita], nós temos um movimento muito forte de neonazismo e especialmente de terrorismo neonazista”, revelou ainda.
Repúdio
A visita ao presidente Jair Bolsonaro feita pela deputada alemã Beatrix von Storch causou indignação em entidades e personalidades da comunidade judaica brasileira.
O coletivo Judeus Pela Democracia postou uma nota de repúdio em seus perfis nas redes sociais, relembrando que a deputada extremista já havia sido recebida por outras importantes figuras da base de apoio do governo federal.
“Pela 3ª vez em dias a VP do partido extrema-direita alemão aparece com governistas brasileiros: presidente da CCJ, filho do presidente e agora o PRESIDENTE DO BRASIL posam sorrindo e citando semelhanças com o partido xenófobo alemão. Sem rodeios: nazistas”, protestou o JPD.
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