Em editorial, jornal chinês lembra que derrubar o governo cubano tem sido uma política de longo prazo dos EUA, que buscam “operar a América Latina como seu quintal”
Em editorial publicado na noite de terça-feira (13), o Global Times denuncia a tentativa dos Estados Unidos de criar uma “revolução colorida” em Cuba para derrubar o governo do presidente Miguel Diaz-Canel. A estratégia, prossegue o jornal chinês, faz parte da ampla política norte-americana para a América Latina, que consiste em “operar a região como seu quintal, fazer com que todos os países da região sirvam aos seus interesses e derrubar espinhos como o atual governo cubano”.
O texto aponta que, de fato, Cuba vive “graves dificuldades econômicas”, incluindo falta de alimentos e remédios e frequentes cortes de energia, somadas à piora da pandemia de Covid-19. “Mas ninguém acredita que, naturalmente, o descontentamento popular tenha imediatamente levado a protestos políticos” como os registrados no domingo (12), observa o jornal, lembrando a rápida reação de apoio aos manifestantes feita pelo presidente norte-americano Joe Biden.
Enquanto Cuba se esforça para resolver seus problemas, prossegue o editorial, os EUA criam resistência para impedir essas tentativas, “fortalecendo os destrutivos movimentos de protesto”. O Global Times lembra que “derrubar o governo cubano tem sido política de longo prazo dos EUA”. “Os Estados Unidos impuseram a Cuba as sanções mais longas e severas da história recente das relações internacionais. Além disso, os Estados Unidos envidaram os maiores esforços para realizar atividades de infiltração política em Cuba. (…) Na era pré-revolucionária, Cuba era o equivalente a uma semicolônia dos Estados Unidos e sua economia era controlada por capitalistas norte-americanos. Após a revolução, os Estados Unidos invadiram Cuba na Baía dos Porcos em 1961 e tentaram mais de 600 vezes assassinar o ex-líder Fidel Castro”, lembra o jornal.
“Criminoso”
O bloqueio econômico, prossegue o editorial, é mantido pelos Estados Unidos mesmo com a ampla reprovação internacional à medida — em junho, as Nações Unidas aprovaram outra resolução pedindo aos EUA o fim do embargo. “Cuba, nos últimos anos, embarcou na reforma e abertura e fez vários esforços para acelerar o desenvolvimento e melhorar a vida das pessoas. É totalmente imoral que os Estados Unidos continuem a manter as sanções e a impor um bloqueio de alta intensidade a Cuba. É especialmente criminoso manter o embargo tendo como pano de fundo a grave escalada da atual situação epidêmica em Cuba”, defende o Global Times.
“Acreditamos que as sanções não podem forçar Cuba a descartar seu sistema socialista. As forças globais de justiça devem apoiar os esforços de Cuba para manter a estabilidade social e superar as dificuldades atuais, e condenar conjuntamente as práticas norte-americanas de repressão, infiltração e subversão contra Cuba. Esperamos que Cuba se livre de sua crise o mais rápido possível e tome ações concretas com a ajuda da comunidade internacional para quebrar novamente a conspiração dos Estados Unidos”, conclui.
Da Redação
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