Deu ruim para a maioria branca na Câmara Municipal de Curitiba, que, por decisão do da Justiça do Paraná, foi obrigada a interromper o processo de cassação do mandato do vereador negro Renato Freitas (PT), que é acusado de entrar numa igreja católica durante protesto contra o racismo na capital paranaense.
A juíza Patricia de Almeida Gomes Bergonse, da 5ª Vara da Fazenda Pública, reconheceu a falta de imparcialidade do relator da cassação – vereador Sidnei Toaldo (Avante) – e a possiblidade de prejuízo grave e irreparável a Renato Freitas.
– Diante do exposto, presentes os requisitos constantes do artigo 300
do Código de Processo Civil, DEFIRO PARCIALMENTE a tutela pretendida,
para determinar a suspensão da Sessão Extraordinária da Câmara Municipal
de Curitiba, pautada para hoje, 19/05/2022, às 13 horas, pelo prazo da
Sindicância instaurada para apurar a autoria e veracidade do email retro
mencionado – decidiu, citando uma mensagem eletrônica enviado pelo
relator ao parlamentar do PT, que é alvo de processo de cassação.
Ou seja, a decisão da juíza determina que o vereador Renato Freitas fica na Câmara de Curitiba. A sessão extraordinária, que aconteceria na tarde de hoje, foi suspensa até a conclusão da sindicância sobre um suposto e-mail racista atacando Freitas.
Note o caro leitor que a Câmara de Curitiba teve a oportunidade de redimir-se, voltar atrás da ilegalidade, mas, antes da liminar conseguida pelos advogados, a Comissão de Constituição e Justiça não deu provimento aos pedidos da defesa, que requeria, entre outras coisas, a substituição da pena por outra mais branda.
A decisão foi em resposta a uma Ação Anulatória [leia aqui a íntegra do pedido inicial] proposta pelos advogados Guilherme Gonçalves, Bruna de Farias Ferreira Leite, Edson Vieira Abdala, Renata Chabowski Desplanches, Luiz Carlos Rocha [Rochinha], e Antônio Carlos de Almeida Castro [Kakay].
O ex-senador Roberto Requião (PT), antes da manifestação do Conselho de Ética, que recomendara a cassação de Renato Freitas, disse seria racismo da Câmara de Curitiba.
– Não elogio o ato de Renato Freitas na igreja do Rosário, foi um erro. Um erro que não deve ser repetido. Mas cassá-lo do mandato de vereador é expressão de racismo, abominável e nada cristã – disse Requião, na oportunidade.
Clique aqui para ler a íntegra da decisão da juíza Patricia de Almeida Gomes Bergonse, da 5ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba.
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