Fernando Brito
tijolaco.net
3 minutos
Mas não é isso, infelizmente, que está em questão nestas eleições.
O que está em disputa é a própria continuidade do convívio democrático em nosso país, algo que Lula jamais ameaçou, muito ao contrário.
Não há outra lição a tirar da escalada das palavras e atos que estão se sucedendo e que comprometem as próprias instituições da República, que cedem ou não podem resistir à ofensiva autoritária.
Jair Bolsonaro não para. Ontem, disse aos dois ministro que indicou ao Supremo, André Mendonça e Kassio Marques, como devem agir. Diz ao Ministro da Defesa como deve atacar as urnas e arrastar as Forças Armadas à iminência de um golpe contra o processo eleitoral.
Ninguém que ascende a posições de poder neste Governo pode exercer suas atribuições com qualquer grau de autonomia ou liberdade: Mefistófeles lhes exige a alma.
O processo eleitoral é, nos dias que vivemos, algo parecido a um exorcismo, no qual tentaremos fazer com que o Brasil saia da possessão maligna do ódio, das armas e “arminhas”, da postura policialesca em dividir-nos em pessoas “do bem” e, em consequência, em gente “do mal”, que se extrema na ideia de eliminar todos os que não pensam igual.
Este é o fundamento do pensamento nazista, o do amaldiçoar do diferente e, com essa “justificativa”, eliminá-lo.
E infelizmente, como provam as pesquisas de intenção de voto registrando ainda 30% para a besta-fera que preside o país, não é algo que esteja restrito a tumores de fanatismo.
Não está em questão nem o direito de alguém pretender ser candidato ou de partidos desejarem se representar na corrida presidencial. Em condições normais, isto é positivo e legítimo.
Mas a realidade não é assim e o risco que o golpismo apresenta para estas eleições não pode deixar de ser visto e considerado com a gravidade que tem.
Quem não quiser enxergar a realidade e agir como ela exige de todos, não reclame de que o povo brasileiro esteja deixando só quem age assim.
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