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Diario do Centro do Mundo
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Entrevista de Milei ao jornalista Jonatan Viale no canal TN é interrompida para não causar “problemas judiciais” ao presidente argentino |
O presidente da Argentina Javier Milei deu nesta segunda, 18, uma entrevista ao jornalista Jonatan Viale, do canal TN (Todo Noticias) para se defender do escândalo da criptomoeda $LIBRA. Horas depois, vazou nas redes um vídeo não editado do programa no qual o principal assessor de Milei, Santiago Caputo, interrompe o diálogo para evitar que o presidente continue falando diante do risco de se comprometer judicialmente.
Depois de ironizar as acusações de que o governo manipula entrevistas e combina previamente as perguntas, o jornalista Jonatan Viale questiona Milei:
— Volto ao caso LIBRA para encerrar. A juíza que vai investigar é María Servini. O Estado vai fazer uma apresentação espontânea? Você vai se apresentar? O advogado do Estado vai se apresentar?
Diante da resposta de Milei, o jornalista insiste:
— É um tema no qual você participou como cidadão, além de como presidente, por isso estou perguntando”, esclarece Viale, questionando mais uma vez sobre a participação de Milei no caso.
— É bom que você destaque que eu tuitei isso como cidadão, porque fiz isso a partir da minha conta pessoal”, responde Milei, ao que Viale rebate.
— Tudo bem, mas você é o presidente.
A conversa continua com outra explicação de Milei.
— Minha conta é pessoal. Veja o que está escrito nela, pede Milei a Viale. Nesse momento, o jornalista deixa claro que sabe que a conta o descreve como “economista” e não como “presidente”, mas insiste:
— Você é o presidente.
Diante da completa falta de argumento de um abobado Milei, o poderoso Santiago Caputo intervém e manda o jornalista refazer o questionamento. “Comece com a pergunta de novo”, pode-se ouvir o assessor pedindo nos bastidores.
— Entendo. Percebo. Isso pode trazer problemas judiciais. Ok, onde estávamos?, diz Viale.
Milei então responde:
— Não sei. Pergunte de novo sobre o caso LIBRA.
No teatro que foi ao ar, Milei afirma que os investidores sabiam dos riscos: “É como jogar roleta-russa e a bala disparar.” Mesmo com a mão amiga, sua primeira manifestação sobre o escândalo da $LIBRA, uma criptomoeda cuja promoção gerou grande repercussão, pois seu valor despencou drasticamente em tempo recorde, prejudicando milhares, foi um desastre.
“Eu não a promovi, apenas a divulguei”, alegou. “Levei um golpe. Não tenho nada a esconder, não disse nada errado”. Sobre os cidadãos afetados pela queda da criptomoeda, negou que fossem 44 mil: “No pior dos casos, são 5 mil pessoas. A chance de haver argentinos entre elas é remota. São indivíduos altamente especializados nesse tipo de coisa”.
Milei declarou que, após o escândalo, precisará “reforçar filtros” e “levantar barreiras”, pois acredita que “não pode ser tão fácil chegar até ele.”
“A lição mais importante que preciso aprender é que assumi a presidência, mas continuei sendo o mesmo Javier Milei de sempre. Quem me conhece sabe que se chegava a mim da mesma forma, mesmo depois de eu me tornar presidente”, afirmou ao canal TN.
E acrescentou que, junto com sua irmã Karina, secretária-geral da Presidência, “temos que entender que nosso papel precisa de filtros. Eu não encaro isso como se fosse presidente, vejo como um trabalho”.
Sobre o caso LIBRA, revelou que o desenvolvedor da criptomoeda, Hayden Davis, propôs “criar uma estrutura para financiar empreendedores que, devido à informalidade, não conseguem acessar crédito”, e que, por isso, decidiu ajudar na “divulgação” do projeto através de suas redes sociais.
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