Cappelli aponta desintegração do bolsonarismo e vê disputa entre Tarcísio e Eduardo Bolsonaro como uma batalha para definir quem perderá para Lula


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Camila França

4–5 minutos


Ricardo Cappelli e Jair Bolsonaro (Foto: 247 | Reuters)
Ricardo Cappelli e Jair Bolsonaro (Foto: 247 | Reuters)

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, ironizou a movimentação da direita para as eleições presidenciais de 2026 e apontou o isolamento de Jair Bolsonaro (PL) dentro do próprio campo político. Em meio a articulações para lançar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como principal nome da direita, Cappelli destacou o enfraquecimento do ex-presidente e a fragmentação de sua base de apoio.

“Tarcísio conseguirá enquadrar a família Bolsonaro tornando-os meros coadjuvantes, como fez no projeto Nunes em SP? Bolsonaro resistirá impondo Eduardo? A disputa hoje na direita é sobre quem vai perder para o presidente Lula em 2026. A traição sempre rondou Bolsonaro”, afirmou Cappelli.

A declaração do presidente da ABDI ocorre em um momento em que o ex-presidente enfrenta um cerco jurídico que pode levá-lo à inelegibilidade e vê antigos aliados se afastando. A revista Veja, em uma longa matéria de capa intitulada “O Plano T”, apontou que a “possível condenação de Jair Bolsonaro (PL) e a impopularidade de Lula ampliam articulações para que o governador paulista se lance na disputa de 2026”.


Tarcísio e o jogo de poder na direita


Cappelli ironizou o movimento de Tarcísio para se firmar como o nome preferido do mercado e da elite política, insinuando que o governador pode tentar marginalizar a família Bolsonaro, assim como fez ao apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo sem dar protagonismo ao bolsonarismo.

O comentário reflete um cenário cada vez mais evidente: Tarcísio quer construir uma candidatura própria, sem a sombra de Bolsonaro, enquanto o ex-presidente e seus filhos tentam manter o controle da direita. Caso Bolsonaro seja impedido de concorrer, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) é apontado como um possível nome para manter o bolsonarismo vivo, mas enfrenta forte resistência dentro do próprio campo conservador.


O risco da fragmentação


Ao afirmar que “a traição sempre rondou Bolsonaro”, Cappelli expôs um dilema vivido pelo ex-presidente: a dependência de aliados que, uma vez fortalecidos, buscam se desvencilhar de sua influência. O apoio de Bolsonaro a Tarcísio em 2022 foi fundamental para sua eleição ao governo de São Paulo, mas agora o governador paulista tenta se consolidar sem amarras ao bolsonarismo mais radical.

A direita, segundo Cappelli, já não debate quem vencerá a eleição de 2026, mas sim quem terá o fardo de ser derrotado por Lula. A afirmação sugere que, para o presidente da ABDI, o ex-presidente perdeu força política e está em um jogo de sobrevivência dentro de sua própria base.

Com a direita dividida entre um Bolsonaro fragilizado e um Tarcísio que tenta se firmar como alternativa confiável ao mercado e à elite política, a disputa pelo comando do conservadorismo brasileiro promete ser uma das batalhas mais acirradas nos próximos anos.

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