A briga por um espaço atinge também o governador Jorginho Mello (PL) em sua possível aliança com o Centrão
Amanda Miranda
iclnoticias.com.br
4–5 minutos
A candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina causou uma hecatombe na direita do Estado por conta da ameaça aos projetos políticos de dois bolsonaristas que não levam o sobrenome do ex-presidente: a deputada federal Caroline De Toni (PL), a mais votada do Estado em 2022, e o senador Esperidião Amin (Progressistas), um dos protagonistas da história da política catarinense nas últimas décadas.
A briga por um espaço atinge também o governador Jorginho Mello (PL) em sua possível aliança com o Centrão para tentar a reeleição em 2026. Esta semana, o governador exonerou o presidente do Departamento de Trânsito (Detran) ao mesmo tempo em que uma informação divulgada pelo Metrópoles apontava que o União controla Detrans em sete regiões do país. O cargo foi ocupado interinamente e há expectativas de que abra espaço para a sigla no governo bolsonarista.
Há duas vagas em jogo para o projeto de Jorginho Mello. Se uma já estiver carimbada para o filho do ex-presidente, que o lançou em junho deste ano enquanto expunha o projeto para o controle do Senado a partir de 2027, a outra fica em disputa para De Toni e possíveis candidatos do Centrão.
Diferentemente do que fez com Eduardo Bolsonaro e até com Nikolas Ferreira, que já apareceram em postagens efusivas do governador, Jorginho Mello não engajou suas redes para apoiar Carlos publicamente ou sinalizar sua pretensão em abraçá-lo como candidato ao Senado.
O jornal de um grupo afiliado à Record no Estado tem se posicionado em editoriais contra a candidatura do filho do ex-presidente, chamando-o de “moeda de troca”. Como a publicação é uma das que mais recebem investimento em mídia do governo Jorginho Mello, a campanha foi alvo de especulações sobre uma possível articulação de Jorginho para afastar o “zero dois”.
De Toni sempre foi a candidata de Jorginho. Em solenidade pública, em maio, chamou-a de “minha próxima senadora”. Já Esperidião Amin foi citado pelo presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, como a dupla de Carlos Bolsonaro na disputa ao Senado em 2026. No desenho traçado pelo xerife do PL não haveria espaço para De Toni.
Visita a Bolsonaro fortaleceu projeto
Esta semana, após visita a Jair Bolsonaro autorizada por Alexandre de Moraes, De Toni comentou que o ex-presidente confirmou o lugar do filho na disputa, mas também apoia a sua candidatura. Isso forçaria Jorginho Mello a apostar em uma “chapa pura” e alijar partidos do Centrão de uma aliança, enfraquecendo também a candidatura de Esperidião Amin. A Federação das Indústrias de Santa Catarina, com quem Amin tem interlocução histórica, também se posicionou institucionalmente contra a candidatura de Carlos.
Caso a candidatura da deputada não vingue, é possível até que ela saia do PL para construir o projeto em outro partido. Neste caso, não precisaria ir muito longe, já que um bolsonarista da sua região é pré-candidato ao governo pelo PSD: o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, vem rivalizando com Jorginho Mello e também não deve ter espaço em uma possível aliança com o governador. Outra opção seria o Partido Novo, com quem ela já conversou.
Em qualquer cenário, Jorginho Mello está em uma encruzilhada: quem ele colocaria nos seus adesivos de campanha e para quem declararia voto? As próximas semanas devem ser definitivas para todos estes personagens.

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