Grupo de resistência palestino denuncia narrativa do 'lobby sionista', nega assassinato de bebês, estrupros e lembra que ataque foi 'resultado natural de 77 anos de ocupação'

O Hamas pediu uma “investigação internacional imparcial” sobre o ataque realizado em 7 de outubro de 2023 contra o território israelense, negando que tenha matado civis ou cometido atrocidades. As informações foram retiradas do documento “Nossa narrativa: Operação Tempestade Al-Aqsa: dois anos de resistência e a vontade de libertação” pelo jornal Middle East Eye.

documento de 42 páginas, publicado no site e no canal do Telegram do grupo de resistência palestino na última quarta-feira (24/12), abriga a versão do Hamas sobre o dia do ataque, defendendo que “a mídia ocidental e grupos de lobby sionistas” lançaram uma campanha de desinformação acerca da operação.

“A entidade israelense promoveu uma série de mentiras e falácias sobre o assassinato de crianças e o estupro de mulheres, abrindo caminho para um projeto de genocídio em larga escala, premeditado e com o objetivo de apagar Gaza da existência”, afirmou.

Sobre a suposta morta de civis na ocasião, o grupo disse que a prática é contrária à sua “religião, moralidade e educação”. “A resistência não teve como alvo nenhum hospital, escola ou local de culto; não matou nenhum jornalista ou membro de equipes de ambulância. Desafiamos [Israel] a provar o contrário”, afirmou.

Quanto ao sequestro dos reféns, o grupo disse ter se oferecido pra libertar os prisioneiros civis logo nos primeiros dias após o ataque, em uma oferta rejeitada por Israel.

Yahya Sinwar, líder do Hamas morto por Israel
IRNA via FotosPublicas

O grupo ainda solicitou ainda que haja uma investigação para os crimes cometidos por Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza.



No documento, o Hamas também menciona sete pontos que levaram à operação realizada em 7 de outubro, incluindo o contexto histórico do conflito na região. “O dia 7 de outubro não foi o início da guerra; foi o resultado natural de uma ocupação de 77 anos, desde 1948, durante a qual nosso povo foi deslocado pela ocupação sionista”, defendeu.

Desde o primeiro momento, a mentalidade sionista tem sido exterminadora, colonialista, agressiva, praticando o apartheid e a limpeza étnica. Nas últimas décadas, ela empregou todos os métodos para desalojar e deslocar o povo palestino, negando-lhe todas as formas de soberania sobre sua terra e autodeterminação, beneficiando-se da cobertura ocidental, particularmente do governo dos EUA”, acrescentou o grupo.

Assim, o ataque perpretado em 7 de outubro de 2023 “surgiu como parte do estado legítimo de
resistência travada pelo povo palestino contra a ocupação. Foi uma resposta natural para enfrentar o desafio estratégico que a causa palestina enfrenta”.

Por meio da operação, a resistência palestina disse ter alcançado objetivos. “Dois anos de guerra contínua levaram a grandes mudanças em todos os níveis e em todas as direções, formando um terremoto estratégico que redesenhou a consciência global”.

O documento menciona, em 20 pontos, que colocar a causa palestina em cenário global e isolar Israel internacionalmente foram algumas dessas conquistas. “A Al-Aqsa provou que o povo palestino é difícil de
subjugar e coagir; eles não conhecem a derrota nem aceitam a rendição. Apesar da brutalidade e do terror da ocupação, este povo permaneceu firme em sua terra, afirmando, após mais de um século de revoluções e revoltas, que é um povo que não pode ser ignorado e cuja causa não pode ser apagada”.

Publicado originalmente por: Opera Mundi


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