Escala 6×1 entra no radar das empresas, que revisam jornadas para atrair talentos enquanto o Congresso discute PEC com avanço previsto apenas para 2026

Empresas antecipam ajustes à escala 6×1 antes de decisão do Congresso

escala 6×1 passou a influenciar decisões corporativas antes mesmo de qualquer mudança na legislação. O debate no Congresso sobre o fim desse modelo e a redução da jornada semanal já faz empresas revisarem turnos e formatos de trabalho como forma de reduzir riscos futuros e ajustar estratégias de atração de profissionais.

A movimentação ganhou força após a aprovação de uma proposta na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Apesar de a discussão ainda depender de votação em plenário e de tramitação na Câmara, a expectativa é de que uma Proposta de Emenda à Constituição avance apenas em 2026. Ainda assim, os efeitos já são percebidos no mercado.

Segundo Angélica Madalosso, especialista em marca empregadora e CEO da ILoveMyJob, a antecipação em relação à escala 6×1 altera a forma como as empresas são avaliadas por profissionais que buscam maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

“Quando uma empresa antecipa tendências regulatórias e ajusta práticas de jornada, ela sinaliza ao mercado que carreira e vida pessoal podem coexistir”, afirma.

Escala 6×1 e disputa por talentos

O debate ocorre em um momento de mudança no perfil das relações de trabalho. A expansão da gig economy ampliou a comparação entre modelos de jornada, trazendo temas como flexibilidade e autonomia para o centro das decisões profissionais.

De acordo com Madalosso, essa comparação elevou o nível de exigência dos trabalhadores. Para ela, empresas que revisam a escala 6×1 antes de uma obrigação legal tendem a ganhar vantagem competitiva na atração e retenção de talentos.

Ajustes antes da lei

Algumas organizações já iniciaram revisões internas de escala e descanso. Redes internacionais do varejo, como a H&M, e operações do setor de hospitalidade no Brasil, como o Palácio Tangará, divulgaram testes com novos formatos de jornada.



Essas iniciativas são acompanhadas de perto pelo mercado e interpretadas como sinais de atualização cultural, mesmo sem alteração formal na legislação trabalhista.

Marca empregadora em foco

Na avaliação da especialista, a legislação define limites mínimos, mas a experiência diária dos trabalhadores vai além do cumprimento da lei. A discussão sobre a escala 6×1 passou a integrar estratégias de gestão de pessoas e de employer branding.

“Empresas que se antecipam se diferenciam como organizações mais preparadas para lidar com as expectativas atuais dos profissionais”, afirma Madalosso.

Com o avanço do debate no Congresso, a jornada de trabalho segue no centro das decisões corporativas, influenciando políticas internas e a forma como as empresas se posicionam na disputa por profissionais qualificados.

Publicado originalmente por: CartaCapital


Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads