O jornal Le Figaro desta segunda-feira (8) faz um balanço sobre a economia brasileira. "O Brasil dribla a guerra comercial de Donald Trump, mas não evita a pane" é o título de uma matéria publicada pelo diário.


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apertam as mãos durante encontro à margem da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, Malásia, em 26 de outubro de 2025. via REUTERS - Ricardo Stuckert/Brazil Presiden
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apertam as mãos durante encontro à margem da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), em Kuala Lumpur, Malásia, em 26 de outubro de 2025. via REUTERS - Ricardo Stuckert/Brazil Presiden

Le Figaro afirma que a economia brasileira sofre atualmente mais os efeitos de sua atual política monetária restritiva do que do tarifaço americano. O jornal destaca que o crescimento desacelerou no Brasil entre julho e setembro e o Produto Interno Bruto (PIB) quase estagnou em relação ao trimestre anterior.

Entrevistado pelo diário, o economista Gilberto Rodrigues Borça Junior explica que a aceleração do consumo impulsionou o crescimento, um cenário que foi sustentado pela revalorização do salário mínimo, pelo Bolsa Família e pela queda do desemprego.

No entanto, ele ressalta o efeito colateral deste quadro, com uma pressão inflacionária "que obrigou um endurecimento significativo da política monetária para conter o superaquecimento da economia e as tensões no mercado de trabalho".

Como consequência, o Banco Central teve de elevar a taxa de juros para 15% - o nível mais alto desde 2006 e um dos mais elevados do mundo, encarecendo o crédito aos consumidores e empresas. Esse contexto pesa nas contas de 70% das famílias e 30% delas enfrentam endividamentos, diz a matéria.

Negociações entre Lula e Trump

Por outro lado, Le Figaro destaca que a guerra comercial com os Estados Unidos não foi tão grave como se esperava. Segundo o jornal, o Brasil soube tirar proveito da escalada de tensão entre Washington e Pequim e as negociações entre o presidente Lula e Trump tiveram resultados positivos. "Dos 700 produtos de exportação, 45% foram isentos, incluindo indústrias de alto valor agregado como a aeronáutica", salienta a matéria.

Le Figaro ainda destaca que a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) elogia a estratégia do governo de negociar diretamente com o presidente americano.

Em entrevista ao diário, Rodrigo Maciel Santiago Freitas, presidente do conselho empresarial de relações internacionais da organização também defende o acordo comercial entre os países do Mercosul e a União Europeia para "melhorar a competitividade" da economia brasileira.
 
Publicado originalmente por: RFI

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