Engana-se quem pensa que trabalho escravo no Brasil se concentra no norte do País, Goiás e MG. Santa Catarina é o terceiro Estado em número de trabalhadores libertados de trabalho em condições análogas à de escravo em 2010. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, até 17 de setembro, foram libertados 228 trabalhadores em solo catarinense. Somente Goiás, com 343, e Pará, com 338, tiveram número superior.
Um dos casos que mais chamou a atenção foi o de 12 trabalhadores que moravam num chiqueiro, em Ipumirim, no Meio-Oeste. Eram panelas, roupas e alimentos no mesmo espaço de baias cheias de dejetos e até um cavalo. A situação foi flagrada em maio deste ano.
Tomavam banho em um rio, construíram um banheiro improvisado e canalizaram água de um córrego onde descobriram, dias depois, que havia uma vaca morta a menos de 50 metros do local. Além disso, não tinham equipamentos de segurança nem assistência médica.
Numa ação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério Público Federal e Polícia Federal os trabalhadores foram retirados do local, indenizados e retornaram para suas casas, em Ponte Serrada, no Oeste. O proprietário foi autuado e teve de pagar indenização para os trabalhadores, além de multa.
Entre os 15 trabalhadores, estavam o casal José Fleck, 51 anos, e Salete Ferreira, 52 anos. Eles dormiam em uma cama de solteiro, na mesma peça que os demais trabalhadores. Agora, estão de volta em casa, na periferia de Ponte Serrada.
- Nos pegaram como escravos, conta José, que tem 16 filhos.
Salete tem cinco, de outros casamentos. Mesmo assim, o casal mora sozinho. Salete sempre cortou erva-mate. Como não estudaram, sobram poucas alternativas de emprego.
By: O Carcará


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