do CARTA MAIOR
Construiu-se uma sofisticada imagem negativa do Irã mundialmente, que serve para justificar todas as sanções aplicadas pela ONU contra o país, sob a manipulação das grandes potências que, com a Revolução Islâmica de 1979, perderam os privilégios que tinham sobre as riquezas energéticas iranianas.
Beto Almeida
Acabo de chegar do Irã integrando uma delegação de jornalistas e blogueiros. Uma constatação é imediata: construiu-se uma sofisticada e complexa imagem negativa do Irã mundialmente, que serve para justificar todas as sanções aplicadas pela ONU contra o país, sob a evidente manipulação das grandes potências que, com a Revolução Islâmica de 1979, perderam os privilégios que tinham sobre as vastas riquezas energéticas iranianas.
Sabemos, o fluxo da informação mundial está sob controle dos conglomerados de mídia dos países imperiais, que atuam sob coordenação de interesses com a indústria bélica e petroleira. A suposta “Guerra contra o Terror” já construiu um orçamento de 1,2 trilhão de dólares nos EUA. Bin Laden cumpriu o seu papel, vivo ou “morto”.
É neste mundo que o Irã se encontra. Tem razões para se defender. É o principal alvo dos interesses norte-americanos na região. Sobretudo por seu processo de desenvolvimento independente. A nacionalização do petróleo produziu enormes efeitos a partir do uso de suas receitas para diversificar o processo produtivo. O Irã, que foi obrigado a enfrentar uma guerra que não declarou contra um Iraque apoiado pelos EUA, e que sofreu sanções de cunho econômico da ONU, teve que aprender a caminhar com suas próprias pernas. Hoje possuiu uma indústria de defesa avançada, fabrica seus próprios submarinos. O Brasil, desarmado, os compra lá fora.
O Irã possui um moderno programa aeroespacial e prepara-se para lançar seu primeiro cosmonauta ao cosmos em 2012. No Brasil não há previsão para tal, mas há sabotagens dos EUA contra o programa espacial brasileiro. Lá há uma agricultura bastante avançada, apesar do deserto. Ferrovias cortam o país. Realizam avançadas pesquisas em biotecnologia e na área de células troncos. Ou seja, é um país em franco desenvolvimento, que os inimigos querem sabotar e apresentar como um país das trevas.
Falamos de direitos humanos também, claro, num largo diálogo com o vice ministro de Relações Exteriores, Behrooz Kamalvandi . “Tanto o Irã como o Brasil precisam se corrigir em matéria de direitos humanos. Mas, quem mais precisa se corrigir são os EUA, os que mais agridem os direitos humanos no mundo”, disse ele, ao mesmo tempo em que ressaltava a importância de países como Brasil e Irã estarem juntos nesta conjuntura mundial sombria. Sim, lá todas as mulheres usam os véus. Mas, não vimos crianças abandonadas nas ruas pedindo esmolas.
Jornalista, Membro da Junta Diretiva da Telesur.
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