do CONTEXTO LIVRE
O presidente de Chile, Sebastián Piñera anunciou na última segunda-feira, 18 de julho, a troca de oito ministros. O momento é extremamente delicado para o país, que viu o descontentamento da população ganhar destaque com com manifestações que reuniram mais de 40 mil estudantes nas ruas, nos meses de maio e junho deste ano. Veja as razões aqui.
No entanto, para entender o que se passa no Chile teremos que voltar um pouco no tempo.
Durante os últimos oito anos, o país foi governado por membros do Partido Socialista do Chile (PS). Primeiro com Ricardo Lagos, que foi sucedido, em 2006, por Michele Bachelet, que deixou o governo com índice de aprovação comparável ao do presidente Lula.Mesmo assim, não conseguiur promover seu sucessor, dando lugar a Sebastián Piñera do partido de centro-direita, Renovación Nacional. De uma maneira geral, em 2010, a situação no Chile era semelhante à que o Brasil vivenciou um pouco mais tarde. Um presidente progressista, com administração alinhada com os interesses sociais e com um alto grau de aprovação. A diferença é que lá a presidente não entrou na disputa, como os “analistas” desejavam que Lula fizesse.
O que se vê agora, com a administração centro-direitista é o desmanche dos avanços sociais chilenos. É importante ressaltar que o país tem uma das mais economias mais competitivas da América Latina, no etanto, não promoveu mudanças estruturais como vem acontecendo no Brasil, desde a eleição de Lula, em 2002.
Para se ter ideia, em Santiago, 80% das univesidades são privadas e pela política adotada por Piñera, que entende que o setor não é uma rsponsabilidade do Estado e que vê o ensino apenas como um serviço prestado.
O descontentamento com Piñera não pára por aí. Funcionários da maior produtora de cobre do mundo, a Codelco, realizaram, em caráter de advertência, paralisação de 24 horas, Foi a primeira atividade desse tipo ocorrida em 18 anos e foi promovida como protesto à possibilidade de privatização, que poderia ser feita como parte de um plano de modernização da economia.
Essas atitudes só tem feito com que a popularidade do atual presidente do Chile caia. De acordo com pesquisa do Centro de Estudos da Realidade Contemporânea, nos últimos seis meses a popularidade de Piñera recurou 12 pontos e chegou a 35%. O menor índice observado desde 1990, desde o fim da ditadura Pinochet.
E o Brasil?
Aparentemente, o momento complicado do Chile não estaria relacionado com o Brasil. Só aparentemente. Porque o que ocorre lá pode ser caracterizado como um retrato do Brasil caso o presidente Lula não tivesse entrado na disputa eleitoral no ano passado e nós não tivéssemos elegido a presidenta Dilma Rousseff como sua sucessora. O que vemos no Chile é uma projeção do Brasil, caso quem tivesse vencido a eleição tivesse sido José Serra (PSDB).
Enquanto o Brasil celebra a menor taxa de desemprego e mais uma série de avanços que vão consolidando as políticas de estado e os avanços sociais por elas promovidos. Que nossa situação confortável sirva de exemplo para nós e para os chilenos. Nós nos mantivemos no caminho do progresso enquanto eles, escolheram retroagir. Que o momento delicado sirva para que reflitamos a respeito do que queremos para o nosso país e de quais armadilhas devemos nos proteger.
Ainda estamos no primeiro ano do governo da presidenta Dilma. Mas no ano que vem já teremos as eleições municipais que serão um termômetro de como se dará a sucessão de Dilma. Que o Chile nos sirva de exemplo.
By: Mobilização BR
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