do Agência Prensa Latina
Muitas crianças dos Estados Unidos se encontram hoje em situações extremas de pobreza
Havana (Prensa Latina) Muitas crianças dos Estados Unidos se encontram hoje em situações extremas de pobreza, de abusos e por outras causas, sem que se tenha colocado limites a estas desgraças.

Recentemente Michael Petit, presidente da organização governamental estadunidense de defesa dos direitos da infância Every Child Matters, perguntava por quê a violência contra as crianças é bem mais aguda nessa nação que em qualquer outra do mundo industrializado.
Petit pôs em evidência um dos muitos problemas que afetam à infância estadunidense.

Segundo estatísticas, nos últimos 10 anos estima-se que 20 mil crianças morreram em suas próprias casas por causa da violência familiar, quase quatro vezes o número de soldados estadunidenses mortos no Iraque e Afeganistão.

De acordo com a BBC Mundo, a cada cinco horas uma criança morre nos Estados Unidos como consequência do abuso e a negligência.

Cifras conservadoras do Governo mostram que cerca de mil 770 menores perderam a vida por maus tratos em 2009, ainda que um recente relatório do Congresso propõe que a soma pode ascender a cerca de duas mil 500.

A BBC advertiu que os estadunidenses têm os piores registros de abusos do mundo.

Esta situação tende a se agravar pois enquanto a economia estadunidense tenta vir à tona, a pobreza infantil eleva-se e os estados recortam bilhões em serviços para as crianças, o que pressiona a débil rede de segurança da nação.

Por outro lado, as minorias são as mais afetadas por este e outros problemas. Um relatório citado pelo jornal californiano La Opinión, indica que os alunos hispanos recebem mais castigos nas escolas que os estadunidenses brancos.

O texto informa que os estudantes de minorias no ensino médio são suspensos e expulsos com mais frequência que seus pares brancos, por decisão de docentes e diretores.

As crianças são o setor mais vulnerável da sociedade estadunidense. Cerca de 17 milhões padecem insegurança alimentar, segundo dados da Feeding America, uma organização que reúne 200 Bancos Alimentários e organização caritativa de distribuição de víveres mais importante do país.

Na principal economia do mundo, 20,7 por cento das crianças são pobres, situação que afeta aos hispanos em 33,1 por cento, indicou recentemente um relatório do Instituto Pan para o Mundo, um movimento religioso contra a fome.

Um estudo de 2009 sobre a insegurança alimentar propõe que 26,9 por cento dos lares hispanos enfrentam este problema, em especial aqueles nos quais entre seus componentes há menores de idade.

O Escritório do Censo e do Departamento de Agricultura assegura que, em território estadunidense, ao menos 34,9 por cento dos latinos menores de 18 anos padeceram fome, número superior ao se comparar com 23,2 por cento dos infantes na população total do país.

Por causa da atual crise econômica e o desemprego de cerca de 14 milhões de pessoas que afeta aos Estados Unidos, 30 por cento das famílias hispanas recorreram a fundos de ajuda de alimentos para amenizar a fome.

Dados da Fundação Annie E. Casey asseguram que a recente recessão eliminou muitos dos benefícios econômicos para as crianças nascidas no final da década dos anos 90, enquanto propõe como preocupante a quantidade de menores afetados pelas execuções hipotecárias, pelas quais embargaram suas moradias e complicam seu bem-estar.

Essa organização afirma que em 2010, 11 por cento das crianças tinha ao menos um pai ou mãe sem emprego. Os menores latinos são a população que mais aumenta neste país e, ao mesmo tempo, engrossam sua porção mais pobre.

Segundo o Pew Hispanic Center, uma em cada quatro crianças vivem sem acesso seguro a suficiente comida nutritiva: "Os menores afro-americanos enfrentam a pior crise desde os tempos de escravatura e, em diversas áreas, as crianças hispanas e indígenas se encontram em situação similar", afirmou.

Os menores latinos não sabem se comem hoje nem se comerão amanhã: mais de um terço vive em condições de pobreza e de insegurança alimentar, propõe o relatório The State of AmericaÂ�s Children, 2011.

A partir de 2007, quando a recessão econômica ficou mais forte, mais de 800 mil pessoas se incorporaram ao programa de ajuda WIC (Supplemental Nutrition Program for Women, Infants and Children). 76 por cento dos destinatários deste programa são crianças e adolescentes.

A Fundação Annie E. Casey aborda outro problema extremo que repercute sobre a infância estadunidense: a pobreza infantil, diz, cresceu de maneira sustentada desde 2000 até 2009 em 18 por cento, ao saltar desde 2.5 milhões até 14.7 milhões, com incidência notável nos estados do sul e as minorias.

Diferentes relatórios e estatísticas atestam que a população infantil no país da bandeira das barras e as estrelas ocupa posições extremas que deveriam envergonhar seus dirigentes e políticos.

*Jornalista da Redação América do Norte da Prensa Latina.

em/arb/lb/cc

Modificado el ( domingo, 23 de octubre de 2011 )

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