do Brasil 247
Foto: HANDOUT/Reuters
INCIDENTE NA BACIA DE CAMPOS DESENCADEIA SUSPEITAS RELACIONADAS À CONTRATAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS PELA EMPRESA; POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA SE TRABALHADORES ESTRANGEIROS RECEBEM IRREGULARMENTE; PRESIDENTE DA EMPRESA, GEORGE BUCK COMPARECE À CÂMARA NESTA QUARTA PARA SE EXPLICAR


247 - O petróleo vazado no Campo do Frade, na Bacia de Campos, escureceu os mares fluminenses e causou danos ao meio-ambiente brasileiro. Mas, ao lado disso, desencadeou uma série de suspeitas que transformaram o vazamento em caso de polícia, e para além do crime ambiental. Além de ainda precisar se explicar sobre os motivos do vazamento e expor a real proporção do estrago, a Chevron Brasil, agora, terá de prestar esclarecimentos sobre a condição dos funcionários estrangeiros que trouxe para trabalhar no Brasil.


Sete trabalhadores estrangeiros que estão no País para atuar na plataforma foram convocados pela Polícia Federal para esclarecimentos relacionados a seus contratos. Segundo as denúncias, eles estariam recebendo os salários no exterior, além de não possuírem a documentação exigida para permanecerem no País – caracterizando crimes de sonegação fiscal e evasão de divisas. O presidente da empresa no Brasil, George Buck, terá de explicar essas e outras suspeitas nesta quarta-feira, quando depõe na comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados.


A empresa também demonstrou sua irresponsabilidade e seu desprezo pela legislação brasileira ao forjar imagens que comprovariam a ação desenvolvida para sanar o problema do vazamento do poço. A Chevron entregou às autoridades da Agência Nacional do Petróleo (ANP) fotos e vídeos editados. A companhia também omitiu a precariedade dos equipamentos considerados necessários para a contenção do acidente.


A Polícia Federal investiga ainda uma suposta tentativa da petroleira de extrair petróleo na camada do pré-sal indevidamente. A tentativa de perfurar além dos limites permitidos poderia ter sido a causa do acidente. A maior evidência da fraude seria o emprego de uma sonda capaz de perfurar a 7.600 metros, enquanto a profundidade da bacia onde a empresa atua é de menos da metade dessa extensão.


O saldo de todas as irregularidades e danos ao meio-ambiente brasileiro pode ainda ser, no final das contas, favorável à Chevron. As multas impostas pelo Ibama chegam a R$ 50 milhões e, somadas às punições da ANP e à indenização ao Estado do Rio de Janeiro, não passarão de R$ 260 milhões, valor inexpressivo se comparado ao lucro da empresa. Só no primeiro semestre de 2011, foi de US$ 14 bilhões o retorno positivo da multinacional.

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