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No dia 30 de julho de 752 d.C., é fundada Bagdá centro de comércio e erudição, cujas raízes remontavam à antiga Babilônia.
Em 634 d.C. o recém criado império muçulmano se expandia na região do Iraque, que à época fazia parte do Império Persa. Exércitos muçulmanos, sob o comando de Khalid ibn Waleed, deslocaram-se para a região e derrotaram os persas. Ofereceram aos residentes, na maioria cristãos, duas escolhas: adotar o Islã ou pagar uma taxa denominada “jizyah” para receberem a proteção do novo governo e serem excluídos do serviço militar.
O califa Omar ibn Al-Khattab ordenou a fundação de duas cidades para proteger o novo território: Kufah, a nova capital da região, e Basrah, a nova cidade portuária. A origem do nome Bagdá é controversa. Alguns dizem que provém de uma expressão do idioma aramaico significando "redil de ovelhas”. Outros defendem que decorre do antigo idioma persa: “bag”, que significa Deus, e “dad”, que significa presente – isto é, “Presente de Deus”.
Por volta de 762, a dinastia Abbasid assume o poder do vasto mundo muçulmano e muda a capital para a recém-fundada cidade de Bagdá. Ao longo dos cinco séculos seguintes, a cidade se tornaria centro mundial de educação, cultura e arte. Este período de glória passou a ser conhecido como “A Era de Ouro” da civilização islâmica, quando estudiosos do mundo muçulmano deram importantes contribuições às ciências e às humanidades. Sob o governo de Abbasid, Bagdá se transformou numa cidade de museus, hospitais, bibliotecas e mesquitas.
A maioria dos mais famosos sábios muçulmanos do século IX até o século XIII tiveram suas raízes intelectuais em Bagdá. Um dos mais célebres centros de estudo foi Bayt al-Hikmah (a Casa da Sabedoria), que atraiu estudiosos do mundo inteiro, de muitas culturas e religiões. Lá, professores e estudantes trabalhavam juntos para traduzir manuscritos gregos, preservando-os para todo o tempo. Estudavam os trabalhos de Aristóteles, Platão, Hipócrates, Euclides e Pitágoras. A Casa da Sabedoria foi a sede acadêmica do mais consagrado matemático de seu tempo: Al-Khawarizmi, o “pai” da álgebra.
Enquanto a Europa estava mergulhada na Idade das trevas, a Idade Média, Bagdá era o coração de uma vibrante e diversificada civilização. Era conhecida como a mais rica e a mais intelectual metrópole de seu tempo e segunda em dimensão, só atrás de Constantinopla.
Após 500 anos de reinado, porém, a dinastia Abbasid perdia paulatinamente sua vitalidade e relevância sobre o imenso universo muçulmano. As razões eram naturais – vastas inundações e incêndios – e, em parte, políticas – rivalidade entre muçulmanos xiitas e sunitas ocasionando problemas internos de segurança.
A cidade de Bagdá foi finalmente destroçada pelos mongois em 1258, pondo fim concretamente aos Abbasids. Os rios Tigre e Eufrates, segundo consta, tingiram-se de vermelho com o sangue de milhares de pessoas. Calcula-se que 100 mil de um milhão de habitantes de Bagdá foram massacrados. Muitas das bibliotecas, canais de irrigação e grandes tesouros históricos foram saqueados e arruinados para sempre.
Teve início então um longo período de declínio, foi palco de numerosas guerras e batalhas que prosseguiram até os nossos dias.
Opera Mundi
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