Diante do sucesso da Copa no Brasil, mundialmente reconhecida como a melhor de todos os tempos, os dois cardeais tucanos, que passaram o ano todo abastecendo a mídia amiga com previsões catastrofistas e criticando as ações do governo Dilma na organização do evento, para desgastar a candidatura da presidente à reeleição, resolveram mudar o discurso a partir do final de semana. Está voando pena para todo lado.
Começou com Aécio, logo ele, num evento da colônia japonesa, em São Paulo, ao criticar o uso político da Copa do Mundo:
"Alguns acham que podem confundir Copa do Mundo com eleição. Não, o brasileiro está suficientemente maduro para perceber que são coisas diferentes. Falo isso porque vejo uma tentativa de uma certa apropriação desses eventos para o campo político".
Alguns quem, cara pálida? Qual foi a apropriação? Quem foi que confundiu as coisas? Em qual "apropriação" o candidato justifica suas novas preocupações ao ver que tudo deu certo na organização da Copa? Qual foi até agora a ação governamental implantada para faturar o inegável sucesso do evento?
Sim, o povo brasileiro sabe distinguir futebol de política. Por isso mesmo, pega mal passar este recibo diante da reversão das expectativas funéreas da oposição e da maioria dos órgãos de comunicação do país.
"Pode ser que algumas pessoas estejam usando politicamente a Copa, eu não acho que se deva fazer isso. A Copa é um evento nacional, de todos nós. Tem espaço para fazermos muito gol, comemorarmos e ela perder a eleição", emendou Fernando Henrique Cardoso, usando quase as mesmas palavras do candidato tucano.
Que gracinha!, como diria a Hebe Camargo. Por que não dizer logo quem são estas "algumas pessoas"? Quer dizer que, quando se trata de responsabilizar o governo pelo anunciado fracasso da Copa no Brasil, que até este momento não se consumou, ao contrário, tudo bem, mas quando se trata de correr para o abraço, a vitória é "de todos nós"?
Com bom humor, a presidente Dilma Rousseff só se manifestou sobre a Copa pelo Facebook, ao responder a um internauta que quer mais Copa: "Antes falavam que não ia ter Copa. Agora, muita gente boa quer mais Copa". Na foto que ilustra a mensagem, Dilma mostra o cotovelo.
Desta forma, com sinais invertidos, vai terminando a Copa de 2014 no Brasil e começando a campanha eleitoral. De Porangaba, no interior, onde assisti a um belo desfile de tropeiros no final de semana, a Santo André, no ABC paulista, onde participei nesta segunda-feira de um animado debate sobre a conjuntura nacional, no Sindicato dos Químicos, vi um país em festa, que está enfeitado de verde-amarelo por toda parte.
E vida que segue.
Ricardo Kotscho
إرسال تعليق
-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;