Para cientista político, oposição faz golpismo. Professor de Direito Constitucional diz que impeachment de Dilma é “aberração”




Presidenta Dilma recebe o apoio popular durante ato de campanha

Antes mesmo de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proclamar o resultado do segundo turno da eleição presidencial e oficializar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff (PT), opositores já se mobilizavam nas redes para pedir seu impeachment.

Eleita com 51,64% dos votos válidos, Dilma se tornou, com a vitória, vítima daqueles que não aceitam a democracia e a vontade popular demonstrada nas urnas.

As primeiras mobilizações surgiram ainda no domingo (26) e persistiram durante a semana apesar da pouca adesão. As manifestações dos derrotados reuniram cerca de 30 pessoas em São Paulo e outras 40 em Brasília, por exemplo.

Para o cientista político Michel Zaidan, o inconformismo da oposição é sinônimo de “golpismo”.

“Eles não aceitam as regras do jogo e não estão satisfeitos. A oposição é muito antidemocrática e já começou com esse golpismo antes mesmo do início do segundo mandato”, critica o estudioso.

Ele acredita que Dilma, apesar de encampar o discurso de união, terá um segundo mandato marcado por dificuldades impostas pelos opositores. “Eles querem o terceiro turno e não vão descansar enquanto não derrubarem ou obstruírem Dilma”, diz o cientista político.


A tentativa de ganhar o pleito no “tapetão” abrange, inclusive, jornalistas e parlamentares. Em vídeo divulgado na quinta-feira (23), após divulgação de capa mentirosa da revista Veja sobre irregularidades na Petrobras, o colunista Reinaldo Azevedo defendeu que Dilma, caso fosse reeleita, seria “deposta”.

Dois dias após a reeleição, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) compartilhou pelo Facebook a petição feita no Avaaz, comunidade de campanhas online, com o pedido de impeachment da presidenta.


O humorista convocou simpatizantes para participarem de ato contra Dilma

Em outra frente, o apresentador Danilo Gentili engrossou o coro contra a vitória de Dilma e, em vídeo publicado no Facebook, o humorista confirmou presença em manifestação prevista para acontecer nos próximos dias em favor do impeachment e conclamou simpatizantes a fazerem o mesmo.

As propostas seguem basicamente linhas parecidas às dos internautas que pedem intervenção militar ao Exército por meio das redes sociais.

Aberração – As petições virtuais, como a do Avaaz, não têm validade jurídica no Brasil. De acordo com o professor de direito constitucional da Universidade Federal Fluminense (UFF) Cláudio Souza Neto, as assinaturas online são informais e meramente políticas.

Ele explica que o presidente da República poderá sofrer impeachment caso incorra em algum crime de responsabilidade previstos na Lei 1.079, de 1950, o que não acontece no atual momento do País.

Para Neto, os pedidos de impeachment contra Dilma são “aberrações” e não podem ser levados a sério.

“Nenhuma força política representativa no Brasil, provida de um mínimo de seriedade, levantaria essa tese de que é crime de responsabilidade e (causa para) impeachment”, critica o professor.

“A presidente da República acabou de ser eleita pela maioria e a vontade do povo tem de ser respeitada”, completa.

Regras do jogo – O impeachment pode ser pedido pela sociedade, por representantes da sociedade como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outros, ou pelos próprios parlamentares. Os pedidos são feitos para a Câmara dos Deputados e o presidente da Casa decide se a solicitação deve ser arquivada ou encaminhada.

Se o pedido de impeachment for adiante, a acusação será investigada em Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) e a Câmara dos Deputados faz votação para decidir se o presidente será julgado ou não. Para que o chefe de Estado seja afastado, dois terços dos deputados devem votar a favor.

Em caso de infrações penais comuns, se o presidente for submetido a julgamento, ele responderá ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em caso de crimes de responsabilidade, o chefe de Estado responderá ao Senado.

Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias

Agência PT

Comentário(s)

-Os comentários reproduzidos não refletem necessariamente a linha editorial do blog
-São impublicáveis acusações de carácter criminal, insultos, linguagem grosseira ou difamatória, violações da vida privada, incitações ao ódio ou à violência, ou que preconizem violações dos direitos humanos;
-São intoleráveis comentários racistas, xenófobos, sexistas, obscenos, homofóbicos, assim como comentários de tom extremista, violento ou de qualquer forma ofensivo em questões de etnia, nacionalidade, identidade, religião, filiação política ou partidária, clube, idade, género, preferências sexuais, incapacidade ou doença;
-É inaceitável conteúdo comercial, publicitário (Compre Bicicletas ZZZ), partidário ou propagandístico (Vota Partido XXX!);
-Os comentários não podem incluir moradas, endereços de e-mail ou números de telefone;
-Não são permitidos comentários repetidos, quer estes sejam escritos no mesmo artigo ou em artigos diferentes;
-Os comentários devem visar o tema do artigo em que são submetidos. Os comentários “fora de tópico” não serão publicados;

Postagem Anterior Próxima Postagem

ads

ads