Amanhã começa o “round” já previamente preparado para que o golpismo “impeachmista” ganhe “por pontos”: a comissão especial montada cuidadosamente por Eduardo Cunha para apresentar o “relatório” ao plenário da Câmara.
Será o assunto diário, mas não o mais importante.
O mais importante é o julgamento da liminar de Gilmar Mendes que impede a posse de Lula na Casa Civil.
Juridicamente, não há sustentação mais para que prevaleça, pois fundou-se num divulgação de diálogos que o STF sustou por unanimidade, porque os dois votos dissidentes ao relatório de Teori Zavascki cingiram-se ao fato de que, retirados os áudios que envolviam ministros e a Presidenta, caberia a Moro seguir com o processo, independente de manifestação do Supremo.
Tem-se que considerar que, como o jurídico não é mais sagrado neste país, a revogação da ordem gilmariana não se dará com a mesma facilidade. Ainda assim, impensável que prevaleça.
E a presença de Lula vai dar cara nova ao governo e restabelecer os processos referenciais não apenas no Governo (geração de expectativas de reversão da crise) como ao embate de forças políticas, que perdeu todos os seus nortes.
Por mais que traia, intrigue e urda, Michel Temer não é referência para ninguém na política ou fora dela, exceto talvez para Moreira Franco, que há anos anda em sua bolsa marsupial.
É instrumento, ferramenta e é só assim que é visto, inclusive na direita. Aécio e Serra, idem. Alckmin? Skaf? Francamente, nem mais em São Paulo são garantia de sustentação.
Lula, com todo o desgaste que a monstruosa campanha judicial-midiática lhe impôs, é uma referência, ninguém o duvida.
Referências, para qualquer coletividade, são o que define seus movimentos, embora a algazarra as deloque, a princípio, para outras direções.
Elas sinalizam, detêm a debandada insana, reagrupam.
As manifestações antigolpe, mesmo boicotadas pela grande mídia, quebraram o discurso único.
A ferocidade e a busca incontida de poder por Moro, também.
É essencial que não se vacile no apoio às primeiras e na exposição das segundas.
A esta hora, nos porões do golpe tenta-se, desesperadamente, fundir uma “bala de prata” para Dilma.
Oferece-se de tudo aos delatores e só a possibilidade de recuperarem o que possuíam monta a bilhões.
É preciso desde antes, avisar que virá algo assim, para que o tiro desesperado caia no vazio.
Este é o nosso desafio, do qual dependerá a sorte do Brasil.
Tremer, vacilar, cuidar de questões laterais, agora, é o mesmo que capitular.
Salva a democracia, salva a legitimidade do voto popular, salva a liberdade, reabriremos questões.
Até porque as coisas não poderão ser as mesmas que nos levaram a este momento dramático.

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