O escritor Fernando Morais critica o editorial deste domingo (3) da Folha de S. Paulo, no qual o jornal pede que a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer renunciem; para ele, com o texto, a publicação "arranca dramaticamente a máscara de jornal plural e desnuda a si própria"; "Com o editorial, a Folha engata uma marcha-a-ré e volta a 1964, quando apoiou o golpe militar que infectou o Brasil, matou, torturou, perseguiu e exilou milhares e milhares de brasileiros. no caminho, faz um pit-stop nos anos de chumbo, quando o jornal emprestava seus veículos para os tonton macoute do General Médici caçarem comunistas", diz Morais; ele sugere ainda que o jornal de Otávio Frias Filho "demita por justa causa o autor da peça literária: o Claudio Marques, que perpetrou o artigalhão se esqueceu de propor que, antes da convocação de novas eleições, o ex-presidente Lula seja inabilitado para disputá-las, porque até os vendedores de carros usados da Barão de Limeira sabem que, se não tirarem Lula do campo, a força, ele ganha as eleições"




247 - O escritor Fernando Morais critica o editorial deste domingo (3) da Folha de S. Paulo, no qual o jornal pede que a presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer renunciem. Para ele, com o texto, a publicação "arranca dramaticamente a máscara de jornal plural e desnuda a si própria".

"A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país. É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática. Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece", diz o jornal.

Morais contesta:

Folha de S. Paulo, de volta para o passado.

a folha deste domingo arranca dramaticamente a máscara de “jornal plural” e desnuda a si própria ao pedir a renúncia de dilma rousseff e do vice michel temer. o argumento central do jornalão é que “formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment”. formou-se onde, cara-pálida, além da redação da barão de limeira e das pesquisas do datafolha? a imensa maioria que vale são os 54 milhões de eleitores que a escolheram como presidente da república.

com o editorial, a folha engata uma marcha-a-ré e volta a 1964, quando apoiou o golpe militar que infectou o brasil, matou, torturou, perseguiu e exilou milhares e milhares de brasileiros. no caminho, faz um pit-stop nos anos de chumbo, quando o jornal emprestava seus veículos para os tonton macoute do general médici caçarem comunistas.

mesmo reconhecendo que inexistem “motivos irrefutáveis” para o impedimento da presidente da república, o jornal afirma que “seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo” e sugere que, após a renúncia de dilma e temer, sejam convocadas eleições em 90 dias. se seguisse seu próprio manual de redação, o jornal teria que publicar na segunda-feira um “erramos” vazado nestes termos: “onde se lê ‘povo’, leia-se ‘os derrotados nas eleições de 2014’”.

sugiro, finalmente, que o jornal demita por justa causa o autor da peça literária. o claudio marques que perpetrou o artigalhão se esqueceu de propor que, antes da convocação de novas eleições, o ex-presidente lula seja inabilitado para disputá-las. porque até os vendedores de carros usados da barão de limeira sabem que, se não tirarem lula do campo, a força, ele ganha as eleições.

Brasil 247

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