Quando eu soube que o Etchegoyen estava controlando quem entrava e quem saía do palácio da Alvorada logo desconfiei que a presidente Dilma estava numa espécie de prisão domiciliar.
São muitas coincidências, inclusive essa de um general da extrema-direita, filho de um torturador, tomar conta de uma ex-guerrilheira.
Com o passar dos dias, minha desconfiança se fortaleceu.
Primeiro quando cortaram seu cartão-alimentação.
Depois quando cortaram suas viagens de avião.
Cortaram seu direito de ir e vir e até o direito de manter a sua equipe.
Tudo leva a crer que, também, está grampeada.
Ontem ela própria declarou que vivia numa "prisão dourada".
Tudo isso mostra o caráter das pessoas que usurparam o poder, lideradas – se é que se pode chamá-lo de líder – por Michel Temer.
A cada atitude eles mesmos se desmentem ao tentar provar que não deram golpe e não são golpistas.
Cada ato é mais um exemplo de como eles agem: de forma esquiva, autoritária e desumana.
Como golpistas que são.
Fazem de tudo para enfraquecê-la, desmotivá-la, desestruturá-la com o claro objetivo de que renuncie antes do julgamento final do impeachment, pois não estão seguros de que terão os 54 votos necessários.
Guardadas as devidas proporções, usam com ela as mesmas táticas dos torturadores – menos as torturas explícitas, como eletrochoques, pau-de-arara ou cadeira-do-dragão.
Mas ela não desiste.
E a cada golpe que leva parece ficar mais forte em vez de esmorecer.
A sua biografia se engrandece, enquanto a de Temer se amesquinha.
Mesmo que ela não volte vai passar para a história como aquela que resistiu.
E ele, como aquele que traiu, deu golpe e maltratou.
Diz o ditado que em mulher não se bate nem com uma flor.
Pois Temer só não bate nela com uma flor.


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