Ele cresce de 3,5% para 6,5% em quatro meses.
No cenário mais provável, com Marina e Aécio candidatos, Bolsonaro sai de 6,5% para 11,3%, com Ciro candidato, e de 7,9% para 12% sem o ex-governador do Ceará.
Muito longe de Lula, claro, que tem 30,5% e 32, 8%, em cada situação.
Mas está décimos atrás de Marina e de Aécio, que caem, enquanto ele sobe.
Os pesquisadores estratificaram o eleitorado de cada um, não por acaso.
Lula, claro, tem mais eleitores entre os mais pobres e com menos escolaridade, onde chega a 49,5%.
Mas impressiona o avanço de Bolsonaro entre os com mais dinheiro, mais educação e mais jovens.
Entre os que têm renda superior a 5 salários-mínimos, ele chega a 20,4%.
Nos que possuem nível superior, quase o mesmo: 20,7%.
É claro que pesquisas não devem merecer confiabilidade absoluta e nem poderiam ter, ainda tão longe das eleições.
Mas elas revelam indícios, tendências.
E não é absurdo que o quadro de histeria demagógica que se empurrou sobre o Brasil de desdobre numa loucura eleitoral.
30 anos atrás, o governo ilegítimo de José Sarney, também dono de maioria parlamentar, transformou em lixo eleitoral personagens muito mais respeitáveis que os tucanos. Ulysses Guimarães e Aureliano Chaves, dois conservadores que possuíam uma história política, viraram um zero eleitoral. Mário Covas, festejado pela mídia, não foi além de 10% dos votos.
Quem apareceu foi um aventureiro moralista chamado Fernando Collor de Mello.
De início, não era, mas passou a ser a esperança da direita, contra Brizola e Lula. E, com isso, o candidato da mídia e da classe média.
Bolsonaro não é Collor, nem é Moro. Mas encarna a tradução numa versão mais primitiva do que o primeiro despertou e o segundo desperta.
Eleitoralmente, pode ser bom para Lula e a direita só apostará em Bolsonaro se não tiver alternativa, como o “bundinha de neném” João Doria.
Mas, como marco civilizatório, uma imensa regressão para o Brasil.
TIJOLAÇO

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