Ministro do Exterior norte-coreano diz que ameaças emitidas pelo presidente dos EUA na ONU são o "som de um cão latindo". Governo sul-coreano autoriza envio a Pyongyang de ajuda humanitária para mulheres e crianças.
A Coreia do Norte classificou nesta quinta-feira (21/09) as ameaças feitas pelo presidente americano, Donald Trump, na Assembleia Geral da ONU de "o som de um cão latindo". É a primeira vez que Pyongyang se manifesta sobre o discurso.
"Se eles [os americanos] estão tentando nos chocar com o som de um cão latindo, eles estão claramente tendo um sonho de cachorro", afirmou o ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong Ho, a repórteres perto da sede da ONU, em Nova York. "Há um ditado que diz: 'mesmo quando os cães latem, o desfile continua'."
Ao ser questionado pelos jornalistas sobre o que pensou quando Trump chamou o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, de "homem foguete", o ministro do Exterior sorriu: "Sinto muito pelos seus assessores", limitou-se a dizer. O ministro discursa na ONU nesta sexta-feira.
Na abertura da Assembleia Geral, na terça-feira, Trump adotou um discurso agressivo e defendeu que a única solução será destruir totalmente a Coreia do Norte caso o regime em Pyongyang force os Estados Unidos e aliados a se defenderem.
Segundo o presidente, nenhum país do planeta quer que Kim Jong-um – a quem acusou de "matar de fome" milhões de norte-coreanos – possa ter armas nucleares. Trump chamou Kim de "homem foguete" e afirmou que ele está numa missão suicida.
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| O ministro norte-coreano Ri Yong Ho |
O objetivo declarado de Pyongyang é ser capaz de atingir o continente dos EUA, e em setembro comunicou ter testado uma bomba de hidrogênio de menor porte capaz de ser carregada num foguete.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse à ONU que o diálogo com a Coreia do Norte não funcionaria. O Japão está dentro do raio de alcance dos atuais mísseis norte-coreanos.
Seul envia ajuda humanitária
Apesar da guerra retórica, a Coreia do Sul aprovou o envio de oito milhões de dólares em ajuda humanitária para Pyongyang, apesar da tensão na península e da recente aprovação de novas sanções contra o regime pelos testes de armas.
O governo do presidente sul-coreano, Moon Jae-un, deu luz verde nesta quinta-feira ao envio destas ajudas, que vão ser canalizadas através de organismos da ONU e que são especialmente destinadas a mulheres grávidas e crianças, explicou o Ministério de Unificação norte-coreano em comunicado.
Seul considera estes dois grupos especialmente vulneráveis, devido às más colheitas que se esperam neste ano na Coreia do Norte. Um recente relatório da ONU alerta para os problemas de má nutrição que afetam 72% dos norte-coreanos.
O governo sul-coreano anterior, no poder até maio, tinha decidido suspender toda a ajuda humanitária ao país vizinho na sequência do quarto teste nuclear realizado em janeiro de 2016. Esta é a primeira ajuda que Seul envia ao vizinho do norte desde dezembro de 2015.
PV/lusa/ap/afp/rtr
DW



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