Eu não conheço na história do Brasil um momento de tanta concentração do chamado circulante. Quer dizer, são cinco bancos que têm todo o nosso dinheiro debaixo do controle deles.

Por Eric Nepomuceno



Hoje eu quero falar de dinheiro. Não, nada de finanças pessoais. Eu quero explicar que minha relação pessoal com dinheiro mudou. Evoluiu. Eu antes tinha uma relação material: quanto entra, quanto sai, compromissos, prazos. E agora eu tenho uma relação sentimental com o dinheiro. Eu morro de saudade dele.

Eu quero falar de outro tipo de dinheiro. Dia desses o governo de Michel Temer desistiu de uma ação que lhe permitia cobrar da bancada ruralista, quer dizer dos ruralistas desse país, dezessete bilhões de reais. Desistiu. Interessante, não é? Ninguém faz nada.

E por falar em dinheiro, vamos falar de bancos. Os bancos são fundamentais. Talvez não para o país, mas certamente para o governo. O verdadeiro dono do poder no Brasil é o mercado financeiro, a grande banca.

Pois bem, de cada dez reais que circulam no Brasil, dinheiro que está no supermercado, no jornaleiro, posto de gasolina, enfim, o dinheiro que está na rua, de cada dez reais, oito são controlados por cinco bancos: Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e o banco censor, o banco moralista, o banco Santander. Eu não conheço na história do Brasil um momento de tanta concentração do chamado circulante.

Quer dizer, são cinco bancos que têm todo o nosso dinheiro debaixo do controle deles. Eu não sei até que ponto isso é grave, mas me chamou a atenção. Aliás, também não sei em outro país um número tão pequeno de bancos controlando um número tão grande de dinheiro. Os bancos tinham razão em apoiar o golpe. Está aí.
Nocaute


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