Milhares de pessoas passaram pelo local durante o último fim de semana para conferir a mais nova novidade da capital mineira.28 de novembro de 2017 16h20
Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST
O local, situado na esquina das avenidas Augusto de Lima e Contorno, a região do Barro Preto, em Belo Horizonte, foi construído na década de 40, durante a gestão do então prefeito da capital mineira, o ex-presidente Juscelino Kubitschek. Quem relembra a história do estabelecimento que hoje abriga do Armazém do Campo em BH é o morador da cidade, Marco Antônio Meyer.
O Armazém do Campo é uma loja de produtos agroeológicos, produzidos nos assentamentos e acampamentos da Reforma Agrária e em áreas de agricultura familiar. O espaço oferece mais de 250 itens, a maioria deles, cerca de 200, produzidos em Minas Gerais.
Mas há também produtos de outras regiões, como o suco de uva integral e o arroz orgânico, produzido em assentamentos do MST no Rio Grande do Sul, e que faz do MST o maior produtor dessa qualidade de arroz em toda a América Latina. Um dos sucessos de vendas foram as cervejas artesanais, produzidas por parceiros e parceiras do MST.
Durante os dois dias de inauguração, mais de cinco mil itens foram vendidos, totalizando mais de 1500 atendimentos.
“Estamos muito felizes com a receptividade do povo de Belo Horizonte com o Armazém do Campo. Que esse se torne uma referência de espaço muito mais que simplesmente de comercialização desses produtos, mas de discussão permanente sobre a alimentação saudável e a necessidade da Reforma Agrária Popular”, afirmou Ademar Shusk, um dos idealizadores do espaço.
Além da loja de produtos, o espaço conta ainda com uma lanchonete, onde são servidos alguns quitutes e o tradicional cafezinho mineiro.

O Armazém do Campo é uma proposta do MST para estabelecer pontos permanentes de comercialização justa dos produtos da Reforma Agrária. A experiência já existe em São Paulo e em breve será também inaugurada no Rio de Janeiro e outras capitais do Brasil. Em Belo Horizonte, o espaço funcionará de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, das 8h às 15h.
A gente não quer só comida

A inauguração do Armazém do campo em BH ocorreu paralelamente à realização do Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária - edição regional metropolitana -, que ocorre em todo o estado de Minas Gerais desde o mês de setembro.
“A ideia do circuito e do Armazém caminham na mesma direção, que é estreitar o diálogo entre os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. Por isso é tão oportuno que a edição da regional metropolitana seja realizada em conjunto com a inauguração desse espaço”, destacou Guê Oliveira, do Coletivo Nacional de Cultura do MST.
“Tudo isso que trazemos para Belo Horizonte, seja o Armazém do Campo ou esses circuitos culturais, só foi possível porque houve ocupação de terra, houve luta pelo direito desses trabalhadores e trabalhadoras de poderem produzir. E muito mais do que produzir alimentos saudáveis, agroecológicos, é produzir também cultura”, afirmou.
A programação do Circuito contou ainda com uma feira e a tradicional Culinária da Terra. Já as tendas receberam importantes debates sobre os temas da violência contra a mulher, a questão racional, a tolerância religiosa, além de animados shows de parceiros do MST, como a Poesia das Mana, Di Souza, o grupo Xicas da Silva, cantor mineiro Pereira da Viola, entre outros.
“Já temos uma parceria com o MST há algum tempo. Estivemos presentes em vários eventos organizados pelos Sem Terra. Não tem como ser um artista sem assumir uma postura política. Nós sabemos de que lado estamos. Então para nós é muito participar desse circuito aqui em Belo Horizonte”, disse emocionada a integrante do grupo Xicas da Silva, Iami Rane.
Outras duas edições do Circuito Mineiro de Arte e Cultura da Reforma Agrária ainda estão por ser realizadas. Nos dias 1 e 2 de dezembro, a cidade de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, recebe as atividades. Já entre os dias 8 e 10 do mesmo mês será a vez de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
*Editado por Rafael Soriano
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra




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