A dirigente Cibele Vieira em assembleia durante a greve dos petroleiros. Foto: Dino Santos/CUT

Conselheiro da Shell na Petrobrás renuncia após pressão dos trabalhadores
José Alberto, ligado há mais de 27 anos à petrolífera internacional, atuava na estatal

por Rafael Silva e Vanessa Ramos, CUT São Paulo

Um dos integrantes do grupo defensor da privatização da Petrobrás, José Alberto de Paula Torres Lima, renunciou nesta quarta (30) ao cargo no Conselho de Administração da empresa, quando foi iniciada a greve dos trabalhadores em defesa de uma nova política de preços e em defesa da estatal.

O conselheiro é ligado há mais de 27 anos à Shell, petrolífera internacional, e foi eleito, após indicação, no dia 26 de abril.





À imprensa comercial, José Alberto alegou questões pessoais para sua saída, entretanto, ela ocorre em meio a uma das maiores crises da Petrobrás, graças à política adotada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB), que colocou na presidência da empresa o tucano Pedro Parente.

Desde 2016, a estatal brasileira tem sofrido desvalorização no mercado internacional, além de praticar uma política de preços que permite reajustes diários nos valores do diesel, da gasolina e do gás de cozinha, em paridade com ajustes internacionais. O aumento do diesel, inclusive, foi o que ocasionou a greve dos caminhoneiros.

Petroleira e dirigente da CUT-SP e da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Cibele Vieira classifica a renúncia do conselheiro como vitória do movimento grevista iniciado à 0h desta quarta em todo o país.

“Uma das primeiras coisas que o Pedro Parente fez quando assumiu a Petrobrás, foi trazer Nelson Silva como parte da estratégia da empresa, que também é ligado à Shell. Então em abril, Nelson trouxe o José Alberto para o conselho de administração. É como se o McDonald’s colocasse alguém do Burger King no alto escalão da empresa. Com certeza, era uma pessoa que estava para defender apenas o interesse das petrolíferas estrangeiras e privadas dentro da Petrobrás”.

A paralisação da categoria tem como eixo principal de reivindicações a mudança da política de preços da Petrobrás.

A pauta inclui ainda a manutenção dos empregos, a retomada da produção interna de combustíveis, o fim do desmonte e da privatização do Sistema Petrobrás.

Viomundo


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