José Arbex

O Brasil está vivendo momentos cruciais que vão definir o seu destino. Na verdade aquilo que vai acontecer no próximo período, eu digo nas próximas semanas, ou no máximo nos próximos meses, vai dizer se o Brasil tem uma vocação para ser um país autônomo, independente, no concerto das nações, ou se vai se subordinar ao papel de mera colônia do grande capital administrado por meia dúzia de gangues mafiosas que se digladiam agora no Congresso Nacional.

Não há nisso nenhum exagero. O nome do jogo, aquilo que está por trás dos interesses, que está articulando todas as posições políticas, é saber quem controla as reservas de petróleo, as reservas de gás, as reservas de biodiversidade que o Brasil tem e que serão cruciais para o futuro do desenvolvimento do planeta no século XXI.





Para aqueles que acham que eu estou exagerando, que isso é uma hipótese conspiratória, que  não existe uma articulação desse tipo, basta a lembrar alguns eventos da história recente.  Em 1953, por exemplo, o primeiro ministro do Irã Mohammed Mossadegh, foi deposto por um golpe da CIA, simplesmente porque ele ousou nacionalizar as reserva de petróleo de Irã. E aqui de novo: aqueles que acham que eu estou exagerando, que é teoria da conspiração, eu proponho que façam uma busca no Google e digitem Mossadegh-CIA, e vocês vão ver dezenas, milhares de documentos mostrando que de fato houve esse golpe articulado pela CIA.

Também em 1953, um cara chamado Getúlio Vargas, ousou criar a Petrobras e nacionalizar o petróleo brasileiro.  O que aconteceu com ele? Em 1954 foi levado ao suicídio por uma campanha brutal liderada por um sujeito chamado Carlos Lacerda, que era da UDN, uma espécie de porta–voz do capital internacional no Brasil, que hoje, se tivesse vivo, tranquilamente estaria no DEM, no PSDB ou coisa parecida.

Depois em 2002, uma outra tentativa de golpe feita contra Hugo Chávez, não por acaso, logo depois que o Chávez ousou falar que o Estado venezuelano iria controlar a PDVSA, companhia de petróleo da Venezuela, e isso provocou a ira dos conspiradores lá da Casa Branca, com as grandes irmãs do petróleo e tentaram um golpe para depor o Chávez.





Portanto, a história está repleta de exemplos e de provas de que existem articulações no sentido de garantir que as reservas de petróleo de gás, de biodiversidade, tudo aquilo que representa riqueza e que vai alimentar o futuro da economia mundial, existem essas conspirações para assegurar que as grandes empresas monopolizadas do mercado mundial vão continuar assumindo, mantendo esse controle.

Aqui no Brasil o que está em questão é o pré-sal, as reservas da Amazônia de biodiversidade. Está tudo articulado para que essa riqueza continue nas mãos do grande capital. A Petrobras, que o Getúlio Vargas criou lá atrás, em 1953, ainda tem algum controle sobre essas reservas. Reservas de petróleo e de gás, e o que o grande capital tenta fazer agora é liquidar o que ainda existe de reserva e colocar tudo nas mãos de meia-dúzia de grandes acionistas que representam o grande capital e cujo porta-voz hoje é Pedro Parente.

Portanto, aquilo que vai se definir nas próximas semanas e meses, ou seja, que modelo vai ser adotado para exploração do nosso petróleo. Se nós vamos permitir que a política de preços flutue ao sabor do mercado internacional. Se nós vamos permitir que os acionistas continuem controlando as nossas reservas. Se nós vamos permitir que continue um processo instaurado pelo Parente, em que nós vendemos petróleo cru, para comprar a gasolina e o diesel elaborados lá fora. Se nós formos permitir isso, então, é o seguinte:  nós estamos conformados com o destino de ser uma mera colônia. É isso que será decidido nas próximas semanas e meses e é isso que foi deixado claro pela greve dos caminhoneiros. Portanto, o Brasil está em uma encruzilhada de destino.






Nocaute


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