As reações do mercado financeiro, como está acontecendo agora, nos remete à eleições de 2014. Para quem acompanhou as variações da Bolsa de Valores durante as últimas eleições, pode relembrar que sempre que Dilma subia nas pesquisas, mesmo as internas, a bolsa despencava e o dólar subia.
Parece uma análise simplória mas, se trata de uma lógica simples. O mercado financeiro ganha e muito, sempre que a exploração do povo se amplia. Por exemplo, durante do governo Temer, sempre que um direito do trabalhador ou do cidadão era retirado, a bolsa sobia. A lógica é simples, quanto maior a exploração, menos gasto na produção, mais lucros.
O “barata-voa” do mercado ocorrido na quinta-feira foi um reflexo direto de uma análise feita pelo fundador da SPX Capital, em um evento do banco BTG-Pactual, Rogério Xavier. Xavier é um dos analistas de mercado mais respeitados da América Latina e, segundo ele, em um de seus discursos no final de um evento do banco, Lula está muito forte e deve ser ou fazer o próximo presidente, já que o segundo turno deve ser entre Lula ou um indicado e Bolsonaro.
Sua análise não parou por aí, falou dos problemas do governo atual e da incapacidade de solucionar a crise dos combustíveis. Com isso, afirmou que, certamente, o dólar chegará a R$ 5,30.
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Como no whatsapp tudo pode viralizar descontroladamente, rapidamente todos os operadores tinham essa informação. Resultado, todos correram para o dólar, derrubando a moeda brasileira e a Bovespa.
Esse, por sua vez, é um episódio sui generis, já que apresenta uma análise de cenário em que o candidato do mercado Geraldo Alckmin não passará de um dígito. É, portanto, um resultado esperado que o PSDB não estará, nem no segundo turno. Isso é uma tragédia, do ponto de vista do mercado.
Assim, a conclusão é simples, quando o assunto é a eleição. Sempre que o vento vira à favor do povo, a bolsa cai e sempre que o povo está prestes a se dar muito mal, a bolsa sobe. O fato ocorre por que os interesses do povo e dos exploradores do mercado financeiro são profundamente inconciliáveis. Se surgir alguma dúvida, vale a máxima de Brizola, para “desempate”. Se a Globo é a favor, nós somos contra.
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