Roberto Parizotti/Via Fotos Públicas

Bancos não garantem empregos

No dia 1º de agosto, ultima rodada de negociação, vai discutir as cláusulas econômicas

por Cecília Negrão


Na quarta rodada de negociação entre a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e o Comando Nacional dos Bancários, nesta quarta-feira (25), os bancos não garantiram empregos, nem a diminuição de contratações precárias (intermitentes, terceirizados, autônomos, etc).

Os bancos fecham postos de trabalho para reduzir custos e contratar por salários menores. No primeiro semestre de 2018, por exemplo o salário médio daqueles que entravam nos bancos correspondia a apenas 64% do salário médio daqueles que eram desligados das empresas do setor.


“Entre janeiro de 2012 a junho de 2018 os bancos fecharam 57.045 postos de trabalho. Neste período, o lucro dos bancos apresentou forte crescimento. Portanto, a redução do emprego não esta vinculada a problemas de resultado ou queda de atividade, mas sim a uma reestruturação no setor, com uma nova onda de tecnologias poupadoras de mão de obra, além da terceirização via correspondentes bancários. A tecnologia não pode ficar a serviço apenas dos banqueiros. É preciso transações seguras, com a redução do valor das taxas para população e melhores condições de trabalho para a categoria”, disse Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Se dizem que não vão contratar intermitentes, temporários, terceirizados, por que não assinam?”, questiona Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Queremos garantias. Negociação prevê assinatura, é assim que se firma compromissos.”

A dirigente lembra que o que está acontecendo no Brasil já deu errado em outros países.

“Esse tipo de legislação que retira direitos, enfraquece o mercado interno, o sistema previdenciário. Todos perdem para o 1% mais rico ganhar ainda mais”, ressalta Juvandia, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.


Na semana que vem, dia 01 de agosto, será a última rodada de negociação, e vai tratar das clausulas econômicas.

Categoria reivindica aumento real mais 5%.

Desemprego – De acordo com dados dos balanços das instituições financeiras, os cinco maiores bancos que atuam no país (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú e Santander) eliminaram 16,9 mil postos de trabalho somente em 2017.

Houve uma redução no emprego bancário de 57.045 postos de trabalho entre janeiro de 2012 e junho de 2018, o que representa uma redução de 11,5% na categoria neste período.

Lucro dos bancos – O lucro líquido dos cinco maiores bancos atuantes no Brasil (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco e Santander), nos três primeiros meses do ano, atingiu a marca de R$ 20,3 bilhões, com crescimento de 18,7%.

Dados da Categoria — Os bancários são uma das poucas categorias no país que possui Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) com validade nacional.

Os direitos conquistados têm legitimidade em todo o país. São cerca de 485 mil bancários no Brasil, sendo 140 mil na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, o maior do país. A categoria conseguiu aumento real acumulado entre 2004 e 2017 de 20,26% e 41,6% no piso.


Viomundo

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