Marta Suplicy e Aécio Neves foram cuspidos pelo golpe que ajudaram a engendrar.
Alguém falou em “maldição do impeachment”.
O caso de ambos mistura cálculo político de curto prazo, oportunista, movido, sobretudo, a ressentimento. E ressentimento, como se sabe, é um veneno que o sujeito toma esperando que o inimigo morra.
Marta anunciou sua saída do (P)MDB numa carta melancólica endereçada “aos paulistas”.
“A relação de grande parte dos partidos e de parlamentares com o Executivo na base de nomeações e vantagens levou ao insuportável ‘toma lá dá cá’, afrontando todos os padrões de dignidade e honradez da sociedade”, diz ela, fazendo a noviça, como se não tivesse sido sempre assim e se ela não houvesse se beneficiado disso.
Marta desiste da tentativa de se reeleger ao Senado e do confronto com o ex-marido Eduardo.
Em 2015, quando se filiou ao partido de Temer, Jucá, Geddel, Cunha, Eliseu Padilha et caterva, gritou que “a gente quer um Brasil livre da corrupção, livre das mentiras, livre daqueles que usam a política como meio de obter vantagens pessoais”.
O “doutor Michel” ia “reunificar o país”. Pois é.
Foi para a lata de lixo da história, juntamente com Aécio, o meninão que não aceitou o resultado das urnas e carregou o Brasil em sua louca cavalgada.
Se Marta fugiu de um embate com Eduardo, Aécio evitou um vexame com Dilma e vai disputar uma vaga na Câmara.
É o que lhe restou. Em janeiro, Aécio negava, orgulhoso, “a possibilidade de disputar uma cadeira de deputado federal”.
Na quarta, dia 3, sujeitando-se ao downgrade, alegava que “não foi, como podem imaginar, uma decisão fácil”.
Traidores da democracia, ambos se tornaram, em pouco tempo, um entulho da farsa que alimentaram.
Em algum lugar, Dilma está rindo.
DCM


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