
O grande problema das farsas é e sempre foi o que que elas se erguem sobre estruturas fracas, mal alicerçadas na realidade e erigidas com materiais e técnicas frágeis.
Não pense, portanto, que o establishment brasileiro – chamemos assim, apesar de suas ligações e adorações externas – esteja fraco. Ao contrário: está com todos os instrumentos de poder que hoje empalma sem reserva: imprensa (e não só as empresas de mídia), poder econômico, político, Judiciário, Ministério Público, polícia e parcela expressiva do poder militar.
Não obstante, está como uma barata tonta pois, com tudo isso, não tem ideia de como e, sobretudo, se irá legitimar-se num processo eleitoral que está às portas.
Cevou Jair Bolsonaro e só conta agora com a estupidez do candidato de extrema-direita para uma já improvável desidratação de seu eleitorado.
É fato: a imbecilidade não custa muito a criar-se, mas para curá-la é preciso tempo e inteligência e faltam ambos à mídia brasileira para que o possa fazer com rapidez.
Não se pode dizer que Geraldo Alckmin tenha decepcionado: afinal não é novo o conhecimento sobre seu pouco jeito para convencer, para emocionar e, afinal, para parecer-se com o novo que não é.
Mas ele seria a alternativa destinada a crescer no espaço deixado vago entre a repulsa ao governo Temer e a repulsa aos exageros bolsonaristas.
Até agora, vê-se, nem para isso serviu. Os partidos e máquinas eleitorais do centrão estão mais para salvarem-se que para salvarem-no.
E tido isso porque tinham como certo o esvaziamento, o sumiço de Lula, após a condenação e a prisão.
Deu-se o contrário e esta semana aconteceu, embora o minimizem, a perda de espaço no último terreno que lhes restava de legitimação à ilegítima exclusão do ex-presidente do processo eleitoral. A exigência da ONU de que se permita a Lula falar e concorrer quebrou o monolitismo jurídico que ostentavam até agora, apenas com a pequena lasca do embrulho do “prende e solta” de Lula um mês atrás.
Por mais que a ignorem, ela cria não só novos recursos judiciais possíveis como lança àqueles a quem incumbir negá-los a um posição mais desconfortável.
Sete domingos até a eleição serão suficientes para alguma solução, exceto a de mostrar garras, dentes e decisões anti-Lula, que até agora tão pouco convenceram?
A ver se prosperam, apenas dois fatos novos surgiram nos últimos dias: uma forçada tentativa de reviver Marina Silva, atirando-a sobre o desequilibrado Bolsonaro e as escaramuças entre Michel Temer e o candidato tucano: primeiro, com a entrevista muy amiga do insepulto ocupante do Planalto dizendo que Alckmin “parecia” ser o candidato do Governo e, agora, a tentativa de lhe tirar algumas jóias da coroa que ele tem no tempo de televisão.
Estão como baratas tontas, tentando dirigir a desgraceira que eles próprios fizeram.
TIJOLAÇO
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