Waters postou a hashtag #EleNão no telão. Bolsomitas achavam que iam cantar “Atirei o Pau no Gato” com a melodia de “Another Brick in the Wall”?

Foto: Reprodução Redes Sociais


O show de Roger Waters, nesta terça-feira (10), em São Paulo, se transformou em um enorme e confuso comício, com manifestações a favor e, sobretudo, contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), a começar pelo próprio cantor e compositor. Waters, como sempre faz em todas as apresentações de sua turnê “Us + Them”, colocou no telão uma lista de fascistas que têm assolado o planeta, a começar pelo presidente americano Donald Trump e, especialmente para o Brasil, projetou a hashtag #EleNão.

Alguns incautos, como a comprovar a tese de Waters, se puseram a vaiar, xingar e ameaçar, mais afeitos à versão chicana em português de “Another Brick in the Wall”, com a letra de “Atirei o Pau no Gato”. O fato é que a canção, bem como basicamente toda a obra de Waters, tanto enquanto integrante do Pink Floyd quanto em carreira solo, é permeada por uma sólida militância contra o nazi-fascismo, ele que é filho de um aviador das forças aliadas abatido na Itália pelas tropas do eixo.


Waters se colocar frontalmente contra Bolsonaro não é uma surpresa para ninguém, a não ser para os próprios bolsomitas. Toda a sua obra fala exatamente o contrário do que prega ao longo dos anos o candidato do PSL. Como se a música de Waters fosse apenas uma coisa boa para chacoalhar o esqueleto em uma língua desconhecida, trogloditas se puseram a ameaçar opositores no estádio. O clima esquentou de tal maneira que muitas pessoas, acompanhadas de namoradas, filhos e amigos, se retiraram do local.

Gritos de “Vai tomar no c*”, “Filha da p*”, “babaca”, vai cantar em Cuba, na Venezuela, entre outras delicadezas a qual já nos habituamos surpreenderam um atônito Waters que insistia em dizer que não sabe o que se passa no Brasil, mas não é possível um político que apoia o regime militar.


Waters não desistiu em momento algum e, pouco mais adiante, durante a canção “Mother”, outro hino de escárnio aos fascistas, voltou a projetar o #EleNão. Mais aplausos, vaias e confusão. “Sou contra o ressurgimento do fascismo. E acredito nos direitos humanos. Prefiro estar num lugar em que o líder não acredita que a ditadura é uma coisa boa. Lembro das ditaduras da América do sul e foi feio”, disse o cantor.

Sua frase deixa a amarga sensação de que uma infinidade de artistas devem tirar o Brasil de suas turnês caso Bolsonaro seja eleito.


No final das contas, após mais um de seus shows inesquecíveis, Roger Waters que, além de grande compositor, cantor e músico é mestre em produzir megaespectáculos, deixou o palco com um rastro de esperança e um sem fim de hashtags, memes e comentários que o fizeram amanhecer nos trend topics do planeta.

Veja alguns comentários de quem estava no show abaixo:













Revista Fórum

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