Coalização de partidos rechaça agressões de Washington e diz que problemas do país devem ser solucionados internamente
María Corina Machado, que ocupa o posto de principal figura de oposição ao governo de Nicolás Maduro no momento, não esconde seu entusiasmo diante da possibilidade de um ataque militar dos Estados Unidos contra seu próprio país.
“Eu apoio totalmente a estratégia do presidente Trump”, declarou Corina Machado à CBS, em meio a uma maratona de entrevistas concedidas após receber o Prêmio Nobel da Paz.
“Nós, o povo venezuelano, somos muito gratos a ele [Trump] e à sua administração, porque acredito que ele seja um campeão da liberdade neste hemisfério”, disse a opositora, que aspira chegar à presidência do país após uma eventual intervenção militar.
Mas a oposição ao governo de Nicolás Maduro não se limita a Corina Machado e seus seguidores. Outros setores e figuras dissidentes têm demonstrado rechaço às investidas de Washington e até mesmo apoio ao governo Nicolás Maduro.
É o caso de Bernabé Gutiérrez, deputado da Assembleia Nacional e secretário-geral da Ação Democrática, partido de oposição, que respondeu à ordem de bloqueio dos navios petroleiros sancionados pelos EUA que transportam petróleo venezuelano.

Bernabé Gutiérrez, deputado da Assembleia Nacional condenou ataques de Trump
@adbernabe / X
“A Ação Democrática rejeita e condena a ordem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de um bloqueio total e completo de todos os navios petroleiros da Venezuela”, publicou o deputado
“Quem diabos é Donald Trump para encurralar o nosso povo e nos condenar à maior fome da história, não apenas em solo venezuelano, mas em todo o continente americano?”, questionou Gutiérrez.
O economista venezuelano Francisco Rodríguez, que foi assessor da campanha em 2018 do candidato opositor derrotado Henri Falcón, disse que não há fundamento na acusação feita por Trump de que a Venezuela teria roubado petróleo dos EUA.
“O Artigo 12 da Constituição da Venezuela declara claramente que os depósitos de petróleo em território venezuelano pertencem ao Estado venezuelano. Qualquer alegação de que a Venezuela tenha roubado petróleo dos EUA é simplesmente infundada”, publicou o economista.
Antes mesmo da nova escalada de Trump contra o país caribenho, a oposição moderada já vinha se articulando em defesa da Venezuela. Nesta terça-feira (16), o bloco parlamentar Aliança Democrática, que reúne uma série de partidos opositores, como a Ação Democrática e o Copei, lançou um manifesto intitulado “A aliança democrática renova seu compromisso com a Venezuela”.
O comunicado rechaça “energicamente a estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, assim como a contínua busca de mecanismo de intervenção contra nosso país”.
A carta, que pede ao governo indultos “que permitam a liberdade imediata de qualquer preso político”, diz, ainda, que os problemas da Venezuela devem ser solucionados internamente e que “a defesa da soberania é a defesa das nossas liberdades como país”.
Reação nos EUA
Após a nova escalada de Trump contra Maduro, parlamentares estadunidenses, incluindo ao menos um congressista do Partido Republicano, reagiram.
O democrata Joaquin Castro afirmou, em suas redes sociais, que “um bloqueio naval é, sem dúvida, um ato de guerra. Uma guerra que o Congresso nunca autorizou e que o povo americano não quer.”
Thomas Massie, do Partido Republicano, afirmou que Donald Trump não respeita os ritos legais do país que lidera.
“Eu defendi a Resolução de Poderes de Guerra, que orienta o Presidente a retirar as forças armadas das hostilidades na Venezuela, a menos que o Congresso autorize. Quando o poder de fazer guerra é concentrado em uma só pessoa, a liberdade se dissolve. O Congresso precisa votar antes que o Presidente tente uma mudança de regime”, publicou em suas redes sociais.
Publicado originalmente por: Opera Mundi
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