Raquel Lima estava voltando do trabalho quando foi abordada e ameaçada por dois homens que disseram: ‘pelo jeito de se vestir deve ser feminista e esquerdista de bosta’
Segundo ela, sua única reação foi tirar o braço dela das mãos do homem e correr para casa. “Você fica em estado de choque. Eu tinha compartilhado mais cedo algumas denúncias de agressão, mas quando acontece com você…”, disse a vítima, que abriu um boletim de ocorrência online por injúria. O pedido ainda está em análise. Raquel afirma que vai precisar continuar a fazer o mesmo caminho todos os dias por conta da sua rotina, mas que, depois do ocorrido, vai procurar andar pelo espaço que tenha mais pessoas em seu caminho.
Segundo ela, o caminho que ela fez ontem é mais deserto. Mas, mesmo assim, ela não sabe até que ponto outras pessoas teriam, de fato, ajudado. “É ódio pra todos os lados”, constatou a vítima. “E eu sou hetero e branca. Agora imagina meus amigos que são gays e negros?”, questionou Raquel.
Além de fazer um boletim de ocorrência, ela compartilhou sua experiência nas redes sociais, prática que tem sido muito comum desde o resultado do primeiro turno das eleições e o aumento de relatos de vítimas de intolerância. Segundo ela, 99% das pessoas que leram seu post tem apoiado sua decisão de expor a situação, mas que algumas pessoas ainda acreditam que seu depoimento faz parte de notícias falsas. “Aconteceu comigo e é muito real isso que tá acontecendo. A gente acha que é fake news até acontecer com alguém próximo”, concluiu.
Ponte Jornalismo
por Maria Teresa Cruz
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| Raquel tinha saído da estação Butantã do Metrô e depois disso foi abordada por dois homens | Foto: GoogleMaps |
Era mais um dia da rotina da assistente de faturamento Raquel Lima, 30 anos. Ela voltava do trabalho na terça-feira (9/10) e por volta das 19h30 saiu da estação Butantã do Metrô e foi caminhando em direção a sua casa. No trajeto, ela avistou dois homens com camisetas escrito “Bolsonaro Presidente” vindo em sua direção.
“Quando eu passei por eles, um deles segurou meu braço esquerdo e começou a falar: ‘pelo jeito de se vestir deve ser feminista e esquerdista de bosta. Quando o dono do Brasil for eleito vocês vão estar com os dias contados.’ Eu senti muito medo”, afirmou Raquel à reportagem da Ponte.Segundo ela, sua única reação foi tirar o braço dela das mãos do homem e correr para casa. “Você fica em estado de choque. Eu tinha compartilhado mais cedo algumas denúncias de agressão, mas quando acontece com você…”, disse a vítima, que abriu um boletim de ocorrência online por injúria. O pedido ainda está em análise. Raquel afirma que vai precisar continuar a fazer o mesmo caminho todos os dias por conta da sua rotina, mas que, depois do ocorrido, vai procurar andar pelo espaço que tenha mais pessoas em seu caminho.
Segundo ela, o caminho que ela fez ontem é mais deserto. Mas, mesmo assim, ela não sabe até que ponto outras pessoas teriam, de fato, ajudado. “É ódio pra todos os lados”, constatou a vítima. “E eu sou hetero e branca. Agora imagina meus amigos que são gays e negros?”, questionou Raquel.
Além de fazer um boletim de ocorrência, ela compartilhou sua experiência nas redes sociais, prática que tem sido muito comum desde o resultado do primeiro turno das eleições e o aumento de relatos de vítimas de intolerância. Segundo ela, 99% das pessoas que leram seu post tem apoiado sua decisão de expor a situação, mas que algumas pessoas ainda acreditam que seu depoimento faz parte de notícias falsas. “Aconteceu comigo e é muito real isso que tá acontecendo. A gente acha que é fake news até acontecer com alguém próximo”, concluiu.
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