Em vídeo, futuro ministro de Bolsonaro reclamava da falta de punição para o crime. No ano seguinte, deputado federal confessou ter recebido recursos ilegais da JBS, agora "perdoado" por Moro
por Felipe Mascari, da RBA
Em vídeo, Onyx Lorenzoni defendeu punição e cadeia para quem cometesse crime de Caixa 2: 'não tem desculpinha'. Agora teve, e foram 'aceitas' por Sergio Moro
REPRODUÇÃO
Na época, Onyx se dizia defensor das "dez medidas contra corrupção" que haviam sido elaboradas pelo Ministério Público Federal (MPF). No vídeo, em que aparece com o Código Eleitoral nas mãos, ele critica a impunidade e defende a prisão para quem cometesse o crime de receber doações não declaradas de empresas para campanhas eleitorais. "Até hoje, apenas uma pessoa foi condenada por caixa 2. Não vai ter saída, após a aprovação das dez medidas, fazer caixa 2 será crime. A pena será de dois a cinco anos de reclusão", defende.
Porém, em 2017, o deputado assumiu ter recebido recursos "criminosos" da JBS. Citado na delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, ele foi beneficiário de R$ 100 mil repassados pelo frigorífico.
O vídeo é encerrado de maneira taxativa: "Não tem mais desculpinha. Caixa 2 será crime no Brasil". Ao admitir que havia recebido dinheiro da JBS, o parlamentar do DEM justificou-se por ser "um ser humano e não ser perfeito".
Recentemente, o futuro ministro da Justiça, o juiz Sergio Moro, ao ser questionado sobre se seria constrangedor aceitar o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, depois de seu trabalho frente à Lava Jato e de Lorenzoni ter admitido a propina, disse, em defesa do futuro colega: "Ele já admitiu o erro, pediu desculpas".
Na última quarta-feira (7), o senador Roberto Requião (MDB) elaborou um texto nos moldes de um projeto de lei, chamado 'Lei Onyx Lorenzoni', que "concede a juízes o poder de perdoar políticos que tenham se arrependido e feito 'pedido público de desculpas'" por seus crimes ou acusações. Trata-se de um protesto em tom de ironia ao que o senador chama de "generosidade" de Sérgio Moro, para com seu futuro colega de ministério.
Assista ao vídeo
Rede Brasil Atual

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