Em 2016, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal votaram, em sua maioria, pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, concretizando um golpe de Estado. No entanto, embora os deputados e senadores tenham derrubado um governo democraticamente eleito, eles não foram os únicos atores envolvidos nesse golpe. Na verdade, não foram mais que apenas peças do jogo montado pelo imperialismo.
Por trás dos deputados e senadores, sempre estiveram forças políticas de muito maior envergadura. A imprensa burguesa, plenamente subserviente aos interesses dos monopólios internacionais, e as Forças Armadas participaram da conspiração contra a população brasileira. Embora o apoio da imprensa fosse explícito, os interesses golpistas das Forças Armadas estavam um tanto quanto escondidos mas podiam ser comprovados, uma vez que estas nunca se levantaram contra a operação de saque nacional que os golpistas empenharam.
O golpe foi dado com a autorização das Forças Armadas e precisa cada vez mais delas para continuar o massacre contra os trabalhadores. Afinal, a revolta popular é cada vez maior contra o golpe, e o próprio bloco golpista se encontra imerso em uma série de contradições por causa da grande crise em que se encontra o capitalismo em todo o mundo.
Recentemente, o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, admitiu que as Forças Armadas vêm influenciando o Regime Político. Segundo o próprio comandante, o Exército não iria aceitar caso o ex-presidente Lula não fosse preso e estaria disposto a dar um golpe militar no país caso isso não ocorresse.
Em entrevista ao jornal golpista Folha de S. Paulo, Villas Bôas afirmou que as Forças Armadas estiveram “no limite” quando houve o julgamento do habeas corpus de Lula. Na véspera do julgamento, o comandante publicou uma mensagem em seu perfil no Twitter, afirmando: “asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”.
Com essa nova declaração, o comandante confirmou o que este diário vem constantemente denunciando: o STF não agiu de maneira independente quando votou o habeas corpus do ex-presidente Lula. Em outras palavras, o comandante realizou um “golpe militar virtual”.
Após a derrubada de Dilma Rousseff, os militares já avançaram enormemente no Regime Político. Hoje, há um general vigiando a Presidência do STF, um general intervindo no Governo do Rio de Janeiro, um Gabinete de Segurança Institucional criado com o objetivo de dar poderes de Estado aos militares etc. Nas eleições fraudulentas desse ano, foi escolhido um presidente capitão e um vice-presidente general.
A esquerda e os setores democráticos não podem aceitar o avanço sistemático dos militares. Afinal, quanto mais os militares tomarem conta do Regime Político, maior será a perseguição contra aqueles que lutam contra o golpe e maior será o massacre.
Contra o avanço dos militares, é necessário organizar um amplo movimento pela derrubada do governo ilegítimo de Bolsonaro, pela liberdade de Lula e por uma Assembleia Constituinte que dissolva o Regime Político apodrecido.
Diário Causa Operária


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