Foto: Araquém Alcântara/Mais Médicos
por Carlos Neder,
A decisão do governo cubano, expressa na declaração do Ministério da Saúde Pública, de encerrar sua cooperação no Programa Mais Médicos é um ato de grandeza de uma Nação que suportou até o limite as grosserias e a ingratidão do governo Temer e do presidente recém-eleito, induzidos por preconceitos vindos de entidades médicas e outras representativas do que há de mais retrógrado em nosso país.
Na contramão do que deseja o povo brasileiro, que respeita, admira e se afeiçoou aos médicos cubanos e de outros países que, solidariamente, vieram nos ajudar a garantir acesso universal e assistência de qualidade no SUS, chama a nossa atenção o posicionamento do Ministério da Saúde e mesmo de entidades que perfilaram conosco no Movimento da Reforma Sanitária ao abordar o rompimento de forma burocrática, como se fosse um mero problema de substituição de peças de uma engrenagem que vai parar de funcionar.
Estamos falando de seres humanos, de princípios humanitários e de solidariedade colocados acima de diferenças ideológicas ou de outras naturezas.
Um padrão de comportamento que nos envergonha, de quem se curva a interesses corporativos e de grupos econômicos que atuam no mercado privado da saúde e combatem o SUS, tentando rever seus princípios definidos na nossa Constituição.
Diante de tamanho absurdo só nos resta agradecer à República de Cuba, ao povo cubano e aos médicos que participaram dessa ação humanitária, pedir desculpas em nome do povo brasileiro e dizer que estaremos em todas as frentes de batalha para honrar o exemplo que vocês nos deram e a história daqueles que também no nosso país dedicaram e dedicam suas vidas à luta contra o autoritarismo, em defesa do SUS e de uma sociedade justa, solidária e participativa.
Carlos Neder
Deputado Estadual -PT/SPr
Viomundo


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